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domingo, 7 de fevereiro de 2010

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Solidão é a forma mais profunda e inócua de fazer arte.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Salário de jornalista, vergonha nacional

Antigamente, dizer que era jornalista era motivo de orgulho. O jornalista era linkado imediatamente a uma pessoa bem informada, inteligente, com diversas habilidades no que se referia conhecimento da língua portuguesa. O compromisso com a ética era algo ostentado por muitos, num valor incalculável de estima. A paixão pela busca da verdade, do fato, foi motivo para grandes mobilizações.


Com o passar do tempo, as coisas foram mudando de figura. De alguns anos para cá a luta incessante se dá com o salário, e não faz jus ao trabalho intelectual do “artista jornalista”, mesmo que o Sindicato desse antigo “nicho” profissional estipule um valor agradabilíssimo a muitos estudantes e recém ingressados na área.

O valor é fictício no momento em que sai às ruas para procurar um emprego. Muitas empresas economizam com os recém-formados e até mesmo com os mais experientes dos jornalistas. Ao ver de muitas empresas que não sejam do ramo de comunicação, as funções são uma: o Jornalista faz o trabalho do assessor, do fotógrafo e do revisor. Mesmo que as funções tenham valores estipulados DIFERENTES pelo Sindicato, eles não são respeitados. Todos querem economizar nas costas do COMUNICADOR, pagando abaixo, ainda, do PISO salarial. Veja tabela extraída do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo:

Pisos Salariais 2009-2010

Setores                                                5 horas                                             5 horas + 2 EXTRAS

Jornais e Revistas - Capital                  R$ 1.833,00                                      R$ 2.932,80

Jornais e Revistas - Interior e Litoral    R$ 1.505,00                                      R$ 2.408,00

Assessoria de Imprensa                       R$ 2.075,78                                      R$ 3.321,26

Para confirmar, basta acessar qualquer site de buscas. As vagas variam de R$600 a R$1000 para formados, com jornada de 7 a 8 horas. Mais do que o piso só multinacionais ou empresas de grande porte oferecem: entre R$3000 a R$5000, desde que tenha fluência em, no mínimo, duas línguas.

Ao contrário do que se pensa, é necessário amar a profissão para continuar. Cabe lembrar que não é fácil.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

São Paulo entre as cidades que tem o serviço de transporte mais caro do mundo

A cidade de São Paulo tem um brilho especial, um algo inexplicável que a coloca em um nível diferenciado dos outros estados do país, inclusive até do Rio de Janeiro. É aqui que tudo acontece. Literalmente.

A última novidade que a cidade luz brasileira recebeu nestes últimos dois meses foi a respeito do aumento das tarifas de transporte público. Mais uma vez. São Paulo só perde para o Rio de Janeiro no quesito “roubo”: lá eles pagam cerca de US$1,01 e nós US$0,99, o que não dá muita diferença. A tarifa do ônibus, no dia 04 de janeiro passou de R$2,30 para R$2,70. Agora, o metrô sofreu alta de 3,65%, o que significa que agora passaremos a pagar, ao invés de R$2,55, R$2,65, na próxima terça-feira (09).

O interessante é que, em um comparativo lançado pelo jornal O Estado de São Paulo, o metro de SP dispõe de 61,3km de extensão, contra 42km dos cariocas. O único problema é que compararmos com os outros países sulamericanos, como o Chile, que paga apenas US$0,67 e tem 84,4km de extensão. É uma gigantesca diferença inclusive se comparado a Nova Deli (US$ 0,16), Cairo e Cidade do México (ambas com US$ 0,18). Dá até inveja.

Imagine comparar com países de PRIMEIRO MUNDO (que, obviamente não é o caso de SP), que tem as mais caras tarifas do mundo: Estocolmo, na Suécia, a passagem custa US$ 4,88, seguido de Sydney (US$ 3,82), Copenhague (US$ 3,68), Londres (US$ 3,60), Oslo (US$ 3,50), as alemãs Munique, Frankfurt (US$ 3,01, ambas) e Berlim (US$ 2,75), além de Helsinque (US$ 2,75) e Amsterdã (US$ 2,73).

Há quem diga que o transporte melhorou. Há quem diga que está cada vez pior, porque só aumentam os usuários (por conta do bilhete único), mas não aumentam as frotas.

Se colocarmos na ponta do lápis, até compensa ir de carro ao trabalho, mesmo que isso contrarie toda a boa vontade de melhorar o ar da cidade. Bem,...nem tão bom assim. Ainda tem o problema de tráfego, os alagamentos, as avalanches. Tudo dentro da cidade que tem tarifas de primeiro mundo.

Já se paga para poder respirar. Agora, se paga também para trabalhar.

Zumbilândia

Desde que vi o trailer quis assistir esse filme. Aliás, os jogos para Play2 de Resident Evil fizeram uma lavagem cerebral em mim e em todos os viciados. Todo e qualquer filme com zumbis se torna um filme com “potencial”, por isso, talvez, eu já não esteja tão apta para alguns a comentar o filme; porém, para outros, o meu currículo de games (salvei cinco vezes RE, oito RE2 e quatro vezes RE3, já que as outras seqüências já não me agradaram tanto quanto deveriam) faz com que eu tenha autoridade o suficiente para julgar o novo lançamento no cinema: Zumbilândia.

O filme, na realidade, não tem nada assustador como é nos games ou nos primeiros filmes e videoclipes com zumbis no enredo. Pelo contrário: é pura diversão, sustos e, acredite, reflexão.

O filme se passa em um mundo onde seres humanos estão extintos. Destruído por mortos-vivos, o planeta abriga agora apenas Columbus (ao menos era isso o que ele achava), um geek cheio de manias e frescuras que ajudam ele a sobreviver. O protagonista quer chegar em Ohio, estado americano onde os pais moram. No percurso, entre trancos e barrancos, ele conhece Tallahassee, um cowboy/caipira cheio de marra e loucuras, que na verdade, é apenas mais um cara com muitas mágoas na busca insana por um Twinkie (um bolinho que parece Anamaria, recheado de creme, sabe?).

Interceptados por uma dupla de irmãs (Wichita e Little Rock), que exalam expertise na arte de enganar, eles são seqüestrados e daí, surge uma relação intensamente familiar, algo que nenhum deles tinha e que buscavam intensamente no meio de lutas, tiros, zumbis, sangue e vandalismo. Algo meio Tarantino, mas com muito mais humor.

Parece ruim, mas não é. Para mim, o mais engraçado de tudo foram as regras básicas de sobrevivência do Geek, que fazem total sentido, já que em longas, eles fazem tudo ao contrário. São 32 regras básicas de sobrevivência no apocalipse. Se quiser sobreviver quando a zumbizada atacar, é pegar ou largar.

#1 – Preparação física: Muito bem colocado em Zumbilândia: quantas pessoas gordas você conhece nos famosos “fim de mundo” que ainda não são zumbis?

#2 – Cuidado com o banheiro: os zumbis aprendem quando estamos mais vulneraveis. E sim, é quando estamos fazendo o que deveríamos, na hora errada e, principalmente no lugar errado. Cheque sempre.

#3 – Cinto de Segurança: questões de segurança até no apocalipse. Motivo: imagine que você esqueceu de verificar o banco de trás (veja regra #31). A medida de extrema urgência é frear e fazer com que o zumbi seja ejetado do carro.

#4 – Duas vezes: nunca confie em um zumbi. Sempre atire duas vezes.

#5 – Sem vínculos: confie sempre em você mesmo. Sempre é mais difícil sobreviver quando se tem vínculos.

#6 – Viaje em grupo: em um momento de ataque zumbi você sempre terá mais chances de sobrevivência se estiver com uma velha, um aleijado ou uma criança. Tudo pela sobrevivência.

#7 – Mantenha os idiotas com você: enquanto eles perguntam o que está havendo, você já estará bem longe dali.

#8 – Mate com eficiência: nunca pegue um telefone para matar um zumbi. Simples.

#9 – Armas são para caçar, não para matar zumbis: na hora do perreio, ninguém vai parar para carregar a arma. Tenha sempre consigo um taco de críquete, de baseball, ou uma pá que seja. Melhor garantir do que não conseguir remediar.

#10 – Fique quieto: precisa de mais explicações, caso não queira virar refeição viva?
#15 – Ache sempre a saída: antes de adentrar qualquer estabelecimento, dê uma verificada nas possíveis saídas. Vai precisar delas quando se deparar com um zumbi de 200 kg.

#17 – Não banque o herói: acredite, essa pode ser a melhor dica de todas. O gato ou a gata dos seus sonhos está presente e você quer aparecer. Sempre nessas ocasiões é que tu falha e vira comida dos infectados.

#18 – Aqueça: tome cuidado quando, naquele corrida ou escalada na escapada contra zumbis dar uma cãibra. Aqueça.

#19 – Finja: qual foi a ultima vez que tu viu um zumbi tentar comer outro zumbi?

#20 – Procure o abrigo certo: essa é a chave da sobrevivência. Ninguém quer morrer dormindo, quer?

#21 – Zumbis não escalam: portanto, procure o lugar mais alto.

#22 – Seja implacável: quando alguém amado por você se transformar, não tenha piedade: de dois tiros (regra #4)

#23 – Deus abençoe os caipiras: são bem armados e prontos para botar para quebrar. Fique por perto.

#24 – Não beba: escapar de zumbis são já é difícil. Quem dirá muito louco...

#31 – Cheque o banco de trás: dá para contar todas as vezes que alguém é comido por não checar o banco de trás...(vide #3 – sempre necessário)

#32 – Aproveite as pequenas coisas: já que está sozinho nesta merda de mundo, porque não vandalizar, acelerar a Ferrari até o último ponteiro ou zonear a casa do vizinho?

Ficaram lacunas, que eu mesma vou preencher com as minhas regras de sobrevivência...

As regras são básicas e claras. Como foi dito, é pegar ou largar.

O filme traz a esperança que todos os geeks esperavam: mesmo que só haja uma mulher e um homem na terra, ainda há a possibilidade dessa mulher escolhê-los. Esperança é a última que morre.