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terça-feira, 21 de julho de 2015

E o Anthony nasceu!

Finalmente consegui algum tempo para atualizar, meio que tardiamente, o blog sobre o processo de ser mãe, nascer mãe, se tornar mãe. Meu bebezinho está ao meu lado em sono profundo depois da mamada.

O DIA D

No dia 3 de julho foi marcada a cesárea. Não pude, como queria, realizar o parto natural. Meu bebê tinha previsão de incríveis 4,340kg e 51cm no último ultrassom, dois dias antes de agendarmos a cirurgia. Como era primeiro filho, a ginecologista obstétrica não recomendou o parto natural porque, além de eu não ter dilatação nenhuma, a criança era grande demais e colocaria em risco nosso bem estar.

Foi uma sensação de alegria e tristeza ao mesmo tempo, afinal, ter um bebê extremamente saudável e grande era maravilhoso, mas acabou com o projeto da gestação. O importante era o bem dele.

Chegamos na maternidade às 6h. A cesárea estava agendada para acontecer no período da manhã. Fizemos o exame de cardiotoco no meu pequeno, que estava prestes a nascer e meu acompanhamento. Às 8h, entrei para tomar os medicamentos pré-cesárea. E aí a história começou. Me troquei e coloquei a roupinha oficial para operar.

AQUELA QUE JORRA

Eu sou doadora de sangue. Doo sempre por uma questão de princípios mesmo. Sentei para que elas colocassem as mangueirinhas que levariam os medicamentos às minhas veias. Elas são fáceis de achar, mas, no braço, são muito finas. Já as veias das mãos... E foram elas que sofreram o furo. A enfermeira apertou e, como mágica, as veias subiram fazem a hola. BANG!

Furou. E antes que ela pudesse conter, meu sangue começou a jorrar, espirrar, fazer um auê na sala da enfermagem. A mulherada correndo para conter e encaixar as ampolinhas. Sujei a sala toda. Parecia um filme do Tarantino.

A ESPERA SEM FIM

Depois do filme de terror para colocar a mangueirinha na minha mão esquerda, me encaminharam para uma sala para aguardar a preparação da sala onde eu seria encaminhada para ter meu bebê. Nesse momento, também fiquei sozinha, esperando o meu marido acertar toda a papelada de entrada.

O coração estava apertadinho dentro de mim. Bati um papo maneiro com o Anthony. Eu o conheceria em breve. O homem da minha vida.

Outra enfermeira, a responsável pela coleta da placenta para estudos de célula tronco, entrou na sala. Conversamos bastante. Era uma moça muito divertida e responsável. Ela estava lá para que eu assinasse a documentação de doação da placenta. Eu quis doar. Porque jogar no lixo algo que pode ser usado para benefício das pessoas, de novas descobertas?

Depois de 20 minutos o Marcelo chegou. Ai, que vontade de chorar. Que alegria.

Com ele chegou a cadeira de rodas. Foi bem divertido, admito. Eu estava ótima para andar, mas, mesmo assim, me pediram para sentar. Bom, que seja. Curti o momento. Atravessamos para o outro lado da Maternidade. Era incrivelmente lindo lá! Tudo reformado, de primeiro mundo. Eu e o Marcelo ficamos surpresos, afinal, escolhemos o Amparo Maternal visando o parto natural...e quando não deu, mantivemos a escolha, mesmo sendo cesárea. Não esperávamos que fosse tão bom. Na verdade, excelente!

Ele, de novo, partiu para se trocar e vestir a roupa adequada para me acompanhar. Sozinha,minhas pernas estavam trêmulas. Estava tão ansiosa! Com tanto medo! Nunca tinha feito nenhuma cirurgia. A ideia me soava bem assustadora. Mas, cá estávamos. Era chegado o momento de conhecer meu bebê.

A CESÁREA

Entrei na sala de cirurgia, conheci os médicos que fariam meu Anthony vir ao mundo, a anestesista, as enfermeiras... E a zoeira começou. Levei a anestesia ráqui. Sentada, eles aplicam na base da coluna. É incrível. Achei aquilo tão engraçado que comecei a falar besteira. A rir.

- O que você deu pra ela além da ráqui? - disse, rindo, o médico.

Eu não conseguia parar. Falamos sobre tudo. Rimos pra caramba.

- Caraca! Não consigo levantar a perna. Estou fazendo a maior força. Gente. Que foda isso! - falei, chorando de rir.

- Que moça doida. Gente fina! - ouvi alguém falar. A anestesista ficou ao meu lado o tempo todo. Disse que isso nunca tinha acontecido na sala de cirurgia. Tinha que ser eu a inaugurar o momento da zoeira.

Marcelo chegou, pálido. A zoeira seguiu até o fim da cirurgia. Foi um clima ótimo!

NASCEU!



A maca balançava de um lado pro outro, pra frente e pra trás. E eu não sentia NADA! Fiquei agoniada. O Marcelo, que segurava a minha mão nervosamente, me olhava apavorado. Mas ele não me via. Ele estava meio em transe. Ouvindo e sentindo tudo tanto quanto eu. Como eu amo esse menino!

Com mais uma balançada,...ouvi o choro. O CHORO. Não consegui. Por mais que eu tentasse, meus olhos minavam lágrimas. Era uma nascente infinita de lágrimas. Era o choro do meu bebê!

- Mas que menino mau educado! Só tirei a cabeça dele e ele já está chorando! - disse o médico, surpreso, rindo.

Eu ri mais ainda. Esse é meu bebê, que, não contente, depois de chacoalha pra cá e pra lá, saiu de mim. E carimbou os médicos com...XIXI. hahahahahahahahahhahahahhahahahahahahahahahahahaha Gente! Anthony chegou pra marcar a vida do povo da maternidade!

- CARAMBA! Vocês trouxeram a mochilinha dele?
- Sim, trouxemos. - confirmou o Marcelo.
- Não! - disse o médico, rindo. - A mochilinha da escola! Esse menino vai sair daqui direto pra escolinha! - falou.

Morremos de rir.

Anthony Gomes Kisberi nasceu com 50,5cm e 4,020kg. Era um bebezão. Meu bebezão. Quando colocaram ele perto do meu rosto, nossa! Não sei descrever o que eu senti. Foi algo além de tudo o que já senti na vida. Senti amor puro e completo pela primeira vez.

Eu te amo bebezinho. Te amo demais.