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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Mais vale um cocô no chão do que um voando

Estávamos no quarto ensaiando para o show do dia seguinte. Anthony estava andando para lá e para cá, com todas as suas brincadeiras de bebê.

Saiu do quarto e avisei que ele estava indo para a sala. Ele ficou em silêncio por um tempo, mas como tinha bastante gente em casa, ficamos tranquilos, afinal, ele poderia estar assistindo desenho com os avós.

Eis que ele surge, com as mãos baixas, um olharzinho diferenciado e quieto. Achei esquisito.

Ele encostou na cama, ainda com as mãozinhas baixas e me lançou aquele sorriso de 8 dentes. Derreti. E, com um bote, ele tacou algo em mim. Ignorei e peguei ele, que estava com as mãozinhas para o ar.

- Ele tacou algo em você - disse o Marcelo.
- Eu vi. Peraí - retruquei.

Quando levantei as pernas, UMA BOLINHA DE COCÔ! O filho da mãe pegou a bolinha de cocô do Apollinho, que está caquético e se borrando todo, e tacou em mim!

O olhar do Marcelo, de escárnio, foi fatal. Dei um pulo, me debatendo com o nenê no colo, chocada, e ele ainda com as mãos para cima como quem dissesse: "Fiz merda", ou melhor "peguei na merda".

Levantei. Resgataram a bolinha de cocô enquanto todos riam da minha cara. Ainda chocada e sem acreditar, sai correndo, para o banheiro para lavar o meu capetinha e arrancar o meu pijama que estava limpinho.

Enquanto lavava as mãozinhas ele sorriu. Não aguentei e comecei a rir disparadamente. Tadinho, se um dia disser que tem nojo, vou relembrá-lo disso: você usou cocô de cachorro como bomba. Seja menos.

Agora eu posso dizer que já tacaram merda em mim. E não no sentido figurado. Prefiro pensar que é um privilégio fazer parte dessa casta. Obrigada, Anthony.

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