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terça-feira, 26 de abril de 2016

Com licença: o bebê quer dormir!

Com a luz acesa, televisão ligada no telejornal, marido na cozinha fazendo o jantar, eu arrumando coisas enquanto brincava com o Anthony. Freneticamente.

Ele estava bem agitado para uma segunda-feira pós feriadão. Pós creche. Pós dia cheio no meio do trânsito na volta pra casa.

Estranhei. Era quase 22h e o bebê ainda não tinha dormido.

Aí me dei conta: apaguei a luz, abaixei o volume da televisão, pedi um pouco mais de cuidado ao Marcelo. E aí...bebê rola aqui, rola acolá, pede peito e DORME.

Conversando com o Marcelo sobre a noite anterior, comemorei o sucesso da minha empreitada iniciada no primeiro dia do bebê Anthony: fazer com que ele soubesse e diferenciasse o dia da noite.

Desde bebezico fazia questão de manter os barulhos pela casa, a rotina comum e a noite prezava pelo silêncio. Ele adquiriu o hábito e agora só dorme se for assim. Depois que dormiu, como diz o Marcelo, "pode soltar foguete que ele não acorda".

Então, mamacitas, fica a minha dica da vez: criem hábitos. Atendam às necessidades dos seus bebês. Isso vai refletir para o resto da vidinha dele. E olhem: posso afirmar que nem tudo o que a gente lê por aí é balela, afinal, esse método é algo que li MUITO pela internet antes de testar. Eu e o Anthony fomos as cobaias. E amamos.

Boa sorte!


quinta-feira, 7 de abril de 2016

O bêbado e a equilibrista no metrô da linha azul

O dia começou normalmente, aquela rotina comum entre eu, o bebê e meu marido, às 6h.

Nos arrumamos, brincamos, saímos de casa para dar início ao nosso dia fora do lar. O primeiro passo é o Marcelo me deixar no metro Jabaquara e depois levar bebê Anthony à creche.

Ótimo! Trânsito não havia, então cheguei bem cedo à estação.

Na plataforma, não entrei de pronto. Já que estava dentro do horário resolvi aguardar o próximo trem.
Claro que há sempre aquela tensão para sentar... E algum filho da puta te empurra e você acaba ficando em pé. O filho da puta me empurrou, mas consegui sentar ao lado de alguém, que não olhei imediatamente até perceber que o tal senhor estava com as pernas ARREGANHADAS – no sentido da palavra – ocupando não só o “quadrado” dele, mas invadindo o espaço que me cabia. Que conquistei.

Educadamente, dentro do possível, pedi:
- Senhor, poderia, por favor, recolher um pouco as suas pernas?

O bendito se moveu 0,003cm ao lado direito.

Não contente, ele, de maneira provocativa, me perguntou as horas e abriu ainda mais as pernas. Respondi, novamente, de maneira educada:
- São cinco para as 8h.

Sorrindo maliciosamente, ele perguntou:
- Da manhã ou da noite?

Ignorei. Não era possível que esse senhor de aparentemente 50 anos, magricela, pele avermelhada e enrugada, fedendo a bebida e suor testaria minha paciência em um dia tão digno. Pois sim. Era para isso que ele estava ali.

Resisti o quanto pude às inúmeras investidas dele. Ele forçava a perna dele contra a minha, encostava o ombro, me empurrava com o corpo...

“Não darei esse gostinho a esse maldito”, eu pensava.

Chegando à estação Vila Mariana, eis que ele, com todo aquele cabelo oleoso cheirando a sebo encosta a cabeça no meu ombro. Foi a gota d´água. Levantei e disse:
- Satisfeito? Agora o senhor que deite nesses dois bancos.

Fiquei com raiva da moça que sentou onde eu estava. Ela estava acompanhando a minha odisseia com aquele semi-bêbado insolente. Mas enfim, que sentasse. E aí ele, com a língua toda enrolada, levantou a voz em minha direção.
- Você é bonita, mas é mau educada. Ser mau educada deixa a pessoa feia. Você agora está feia. Você é mau educada. Você é mau educada.

JESUS! Não aguentei:
- Ah, vá seu bêbado de merda. Só quero ir trabalhar em paz. Cala a boca e siga a sua viagem. Abra essa porra das suas pernas e seja feliz, crápula.

Não contente ele jogou:
- Seu pai não te deu educação!

ARGHHHH! Não é possível que esse filho da puta ainda esteja falando. Me imaginei pulando em cima dele e pegando aquele pescoço de frango e metendo-lhe porrada. Não fale da minha família, maldito. Algo me refreou.
- Na moral, cara. Você não merece meu respeito.

Ele continuou falando até a Liberdade coisas que meu cérebro bloqueou, por sorte dele.

Um senhor se colocou entre eu e ele e me pediu calma. Sentei onde o meu antigo algoz estava. Minha carne tremia. Minha imaginação criou centenas de formas que eu poderia matá-lo. Ele desceu, para a alegria dos passageiros que nada fizeram a meu favor, vendo a folga daquele senhor. E começaram os comentários.

“Nossa, que raiva. A gente não tem nada a ver com isso mas dá vontade meter a porrada num cara desse”.
“Nossa, moça. É bom se benzer. Esse ser encarnou na sua”.
“É mesmo. Complicado. Se benze, fia”, emendou outra senhora.

Pedi para a família me benzer. Melhorei. O resto do meu dia foi lindo. Mas ainda penso em quebrar a cara daquele que quis me azedar.


Sorte dele que algo me refreou, como eu disse aí em cima: eu só não queria ser a próxima famosa do Youtube e Facebook. Só por isso. Que sorte a dele.