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sábado, 26 de dezembro de 2009

Se eu fosse cego


Procurar o que não é para ser seu
Olhar e cobiçar quem é do outro
Ser sozinho
E ser porque quer.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Mulher ontem. Hoje. E amanhã. E depois.


Nunca me achei feminista. Não sou.
E não sei ao certo se todas as mulheres entendem o conceito ou ao menos a história da luta do “sexo frágil” na conquista de direitos, na demonstração de que tudo aquilo que fora empregado à elas não passava de mediocridade. Era preciso mais. Autonomia. Emancipação completa.

Conquistamos isso depois de tantos anos, mas é necessário mantê-la, na eterna provação que é ser mulher em meio a pensamentos religiosos machistas e preconceituosos, olhares bucólicos e descrentes e até mesmo das mulheres que usufruem dessa tal liberdade da maneira que não era esperado por tantas, dando motivo, novamente, para que as conquistas soassem como mero luxo feminino.

Ontem ouvi de um amigo: “Você é tão independente! Tão certa sobre as coisas que pensa! Nunca conheci alguém assim!”. Ele me disse isso com um ar surpreso. E essa não foi a primeira vez. Infelizmente. Onde estão as mulheres que eu tanto admirei no passado, e as poucas que admiro no presente? Será que são tão poucas assim? Não sei.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

...

O anseio para viver um grande amor é gigantesco; tão gigantesco quanto o ego inflado do ser que será amado.

Cegueira


Gentil senhor,
Detentor do meu humilde sofrimento
Não tema meus votos sagrados e nem
Minhas promessas de amor eterno.
Os erros todos marcados por sangue
Mas nenhum gravado na lembrança;
Talvez o amor os faça ficar na memória
Pela vergonha infligida
Que não mais permanece em mim,
E sim em você.

Todas as ofensas que meus olhos presenciaram
Como diamantes brutos e inocentes
Conheceram toda a sua mente maligna
Espero, meu amor, nunca mais ouvir suas frases de amor bem elaboradas,
Nem sentir teu terno cheiro floral
E nem tocar tua pele brutalmente macia.

Só quero que me deixe aqui, em paz
E volte de onde veio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cidade órfã



Praça da Sé.
Marco zero da cidade de São Paulo.
Seis e cinco da noite.
Fim de expediente.
Sol (ainda) a pino – 28º.
Ele me olhou de uma distância considerável, confortável, aceitável.
Vestia uma bermuda vermelha e calçava chinelos de dedo (não eram Havaianas, a antiga marca de “pobre”, que hoje custam o equivalente a um bom jantar no Blackdog).
Queimado do sol, sua face estava avermelhada, mas não pelo sol, bem como ao redor dos verdes olhos tão expressivos e desesperados que meavam os 32 anos.
Quando menos pude esperar, apesar de ter dado 20 passos em minha direção, ele falou, como se tivesse uma ameixa cravada em suas cordas vocais:
- Por favor, você pode me dizer onde posso encontrar uma igreja evangélica por aqui?
Ao mesmo tempo em que o ouvia, fiquei tentando, em meu mapa mental, localizar a maldita igreja, afinal, sempre havia uma em cada esquina. Mas não no centro.
- Hmm, sinto muito – disse, apesar dos pesares, satisfeita.
- Pelo amor de Deus, nem um centro de recuperação? Pelo amor de Deus! – exaltou-se.
Entrei em choque. Foi como uma injeção de adrenalina. Então entendi. Foi uma avalanche nas minhas costas, como se trinta pessoas subissem no meu “lombo” e dissesse “ande’. Processei o mais rápido que pude e praguejei, por saber apenas de ajuda próximas ao meu bairro. Não consegui pensar em nada melhor. Burra.
- Não. Sinto muito.
Por exatos 15 segundos ele me olhou firmemente, com lágrimas escorrendo no rosto bronzeado, o que me fez querer morrer ali mesmo.
- Muito obrigado. – falou, sinceramente a mim.
- Sinto muito...
O metro nunca me sufocou tanto. Nunca xinguei tanto sozinha! Imagino que tenham pensado que eu era mais uma louca pregadora nessa cidade mãe.

Mas...Sinto muito? SINTO MUITO? Que tipo de ser humano diria sinto muito, ao invés de ter mais calma e tentar auxiliá-lo, ou algo que o valha? Mas, por outro lado, o nada mal vestido homem desgovernado dentro do próprio mundo criado poderia ser tudo e mais um pouco oposto ao que eu imaginava que ele era.
Ainda não sei se foi a atitude certa. Não sei o que é certo. Vivo. Sinto apenas que pequei como pessoa. Espero por mais uma chance para tentar.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

(Inconcebível) Mundo novo

Aquele sacudir me enjoava, assim como a fumaça inalada inconscientemente e a sujeira cuspida pelo asfalto esburacado. O som frenético emitido pelos motoristas nervosos agora soavam como uma bela melodia metropolitana. Já não sinto. Já não ouço. Já não faço. E nem reclamo. Tornei-me um ser humano automatizado. Só me resta chegar pontualmente ao trabalho.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Juramento

Eu juro que nunca quis te machucar
E nem que as coisas terminassem assim
Muito menos que se apaixonasse de verdade por mim

Acreditei quando disse que não se importava
Você disse, posso ouvir até agora!

Não me culpe,
Não quero ser seu mártir
Cure-se!
Sei que é forte o suficiente, amanhã será um novo dia!

Eu juro: você encontrará alguém que te ame mais do que eu já te amei...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vergonha Nacional

Reproduzindo do site da Jujubinhas - Juliana Cruz.

http://umgrama.blogspot.com/

Porque sim. Também não tenho nada mais a declarar.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Lábios

Formato Mortal
pessego, morango e cereja
gosto e saliva de um deus
hipnotizada pelas ondas que modelam teu rosto
e cobrem teu olhar
salientam teu sorriso brilhante
que me faz morrer de desejo

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Luto, dor e desespero

Negra é a lua
O Céu
Os corvos
E meu centro

Negros são seus olhos
Os sorrisos deles
Nossos quereres
Meus pensamentos

Negro é o teu cabelo
Minhas unhas
Teus poemas
E nossas canções

Negras são nossas sombras
E tudo o que proferimos
Pois assim, cultivamos o sofrimento
Para que não haja mais tanta dor


“Doce amargo”


Anticristo


*divulgação

O filme “Anticristo” me deu uma injeção de torpor logo no início. A cena explícita de sexo entre um casal, ainda não entendi porque, me entorpeceu no cinema. Um sorriso brotou levemente nos lábios, mas em sinal do desconforto latente naquele momento. Depois veio o riso. Rimos muito. Por pouco tempo.

O desfecho que levaria ao restante da história daquele casal estava acontecendo, em câmera lenta, preto e branco, numa impressionante fotografia cinematográfica. Digo impressionante sem nenhuma dificuldade. Simplesmente porque é. A cena de sexo intercalada com a aconchegante presença de uma criança te deixa curiosamente confuso. O conforto e o desconforto. O belo sob duas formas distintas. O prazer e a tragédia. Antagonismos típicos de uma pessoa observadora, estudiosa dos sentimentos humanos.

E assim começa “Anticristo”. Não são três, mas incomodou muito gente. Lars von Trier sabe como nos levar a sentir o que as personagens estão sentindo. Através das cores – ou da falta delas - , através das cenas chocantes, das cenas de dor, dos momentos de horror, dos momentos de amor, de ódio...e até os thrash’s.

Ouvi muitas reclamações no cinema. Principalmente dos homens. Mas achei que não estavam se atentando às singularidades das cenas, aos links que estavam nas entrelinhas de tudo o que estávamos assistindo naquele momento. É muito subjetivo – outras coisas, nem tanto. E isso dá o brilho devido à produção. Acho que todos estão acostumados à filmes hollywoodianos (que eu adoro, admito), tão fáceis, com tantos efeitos avassaladoramente hipnotizantes e tão vazios.

Pode até parecer tudo exacerbadamente dramático, mas eu gostei muito do filme. E sim, recomendo. É uma arte.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Delírio

Centenas de velas ardem em torno do seu corpo
Seu lábio macio
Diz que o inferno dentro de você
Está prestes a explodir

Quero acender mais cem velas pra você
Para que o que há dentro de ti
Me dizime
Com um pedido
Um pedido apenas
E te amarei até minha morte.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ao ver

Meus olhos viram você
Que me contou o céu
E queimou meus pensamentos
Loucos, insensatos e inconscientes

domingo, 13 de setembro de 2009

Risco


Cuidar do que já é cuidado; devoção desnecessária;
toque cuidadoso, pele quente
Não quero parar
O risco me adora
Você tem tempo e o usa para mudar a minha vida
Usa as borboletas para acariciar meu rosto e meu estômago
Tira da música nossa história louca
Teu perfume infesta meu ambiente (assim como tua voz)
Seus lábios, inquietantes, pertencentes a outro dono
E que ainda envolvem os meus,
Vorazes e imperdoáveis.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar

Maria Bethânia

Garimpeira da beleza te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.

Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão
Clara noite rara nos levando além da arrebentação

Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão
Me agarrei em seus cabelos, sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas como faz o mar
E vem me bebendo toda me deixando tonta de tanto prazer

Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim

Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão

Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão

ASSISTA!
http://www.youtube.com/watch?v=OXQPm6RPlXQ

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MuCo - Museu da Corrupção

Esse é o Museu mais coerente e necessário dos últimos tempos.

Acesse o site www.dcomercio.com.br/muco/home.htm e saiba de todos os casos vergonhosos do nosso querido Brasil.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ingressos para stand up comedy

Boa tarde, pessoas!

O blog do qual faço parte, o POUCAS PILAS, está fazendo uma promoção!
Quem contar a melhor piada ganha um par de convites para assistir a um show de stand up comedy!
Acesse o link http://poucaspilas.blogspot.com/2009/08/ganhe-ingresso-para-stand-up-comedy-dia.html conheça as regras e eternize o seu bom humor no nosso blog!

Boa sorte a todos os palhaços, digo, a todos os meus queridos amigos SUPER bem humorados!
Podem repassar aos seus amigos também

domingo, 23 de agosto de 2009

Celeste

Olhar as estrelas sem você
Seu olhar
Beijar você
Eu não posso beijá-lo mais
Toque-me verdadeiramente
Não me deixe
Para sempre, o tempo
Beijar você
Eu quero beijá-lo
Agora

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Imã


O tilintar da tua pulseira me inibiu um desejo safado de roubar-lhe os punhos e te arrastar ao meu encontro – dos meus lábios.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Feeling butterflies in my stomach

Quando as coisas acontecem de uma forma ininteligível, eu me rendo.
Mas nunca totalmente; parcialmente apenas.

Segura de que tenho o controle ainda, caminho.
Como eu já disse, estamos cientes de onde estamos pisando até então.

Você sabe que eu nunca quis provocar nada disso.
Ainda me resta um pouco de sensatez. Ainda.

Mas os teus olhos e teu corpo não me deixaram controlar
Foi como magnetismo: se não há distância, se atraem.

É como se eu não tivesse mais escolha, como se eu fosse carregada.
Perdi o controle.

Mas juro que não importo: estou com você*.

Só estar. Está bom assim.

domingo, 16 de agosto de 2009

Fato

Querer agradar as pessoas não é exatamente a coisa mais sensata a se fazer. Seja fdp, e aí sim verá um resultado.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ao Irritar

Irrita som alto no ônibus. Não gosto do que você gosta.
Irrita o tráfego. Perco parte da vida nele. Ao menos decoro mais músicas.
Irrita que estrague minhas coisas. Simples: é meu.
Irrita pseudopensadores. Você é um perdedor.
Irrita que diga que é seu. Na verdade fui eu quem fez.
Irrita o teu moralismo. No teu íntimo não passa de um merda.

Irrita a chuva. Mas só quando quero sair do trabalho.
Irrita o governo. Ele não sabe o que faz.
Irrita que force a barra. Eu não sou tua amiga.
Irrita que me obrigue a fazer o que quer. O fato de tentar me Irrita.
Irrita ignorância. Investigue. Depois fale comigo.
Irrita dúvida. Se eu estou falando, é. E ponto.

Irrita fofoca. Use tua criatividade para algo melhor.
Irrita o orgulho. Para de ser idiota e veja que você é como todos os outros. Com uma ou outra diferença que vale a pena salientar.
Irrita sorrisos. Te conheço? Não? Pois é, sou paulistana, não tenho o costume nem de dar bom dia a quem vejo todos os dias.
Irrita crianças. Lindas coisinhas que são pequenos sacos de bosta.

Irrita adultos. Coisas feias e grandes sacos de detritos.
Irrita jovens. Cheios de querer revolucionar. Não gastem tanta energia se não sabem se mobilizar.
Irrita críticas. Se não for me acrescentar nada, guarde para você ou a oferte a um idiota.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Amor e ódio


Como podemos odiar tanto uma pessoa que já foi tão amada?
Você se lembra daqueles olhos que cintilavam ao luar, e subitamente te dá nojo.
Recorda-se das palavras doces escritas e enjoa com o açúcar dos dizeres.
Sente uma textura parecida com o que sentia com ela, e dá negativos calafrios.
Qual o problema?

Conheci uma senhora que estava casada há 70 anos com o mesmo homem. Setenta anos! Isso é um ultraje a minha paciência! Enfim, ela sentia-se completa e feliz com aquele senhor, que mal se alimentava sozinho. Certa vez, o amado daquela senhora resolveu sair sozinho pelas escadarias do prédio em que moravam – ele tinha medo de elevador. Nessa aventura, ele conseguiu mais do que adrenalina: conseguiu se estrupiar todo, quebrar vários ossos e ainda tempo para dizer ao zelador, que o encontrou estirado no térreo do prédio, que amava Tereza.

O zelador, muito prestativo, no dia do enterro do saudoso sr. José, do 2º andar, achou salutar comentar com a senhora Eteuvina, esposa do falecido, sobre as últimas palavras sussurradas de seu marido e o amor incondicional que sentia por Tereza (que o bendito achou que era a filha do casal). Subitamente Eteuvina teve uma crise de ódio extremo. Ela se lembrava de Tereza, ‘aquela sirigaita’, e isso a atingiu como um punhal no meio das costas. O ódio fez suas pernas tremerem, e, como um mal que estava possuindo seu corpo já judiado pelo tempo, abateu-a. Sim, a carinhosa D. Eteuvina morreu no dia do enterro do seu (ex) amado.

No dia do enterro, depois de uma vida (supostamente) coberta de amor, D. Eteuvina sussurrou no ouvido do fofoqueiro benfeitor: “Que esse maldito pereça em toda a sua infidelidade. O odeio”. E encerrou a vida odiando-o.

Nesse dia, depois de toda essa cena, passei em frente à Catedral da Sé, e roguei para que os dois não se encontrassem no céu e nem no inferno. Porque esse seria, realmente, um debate e tanto, com direito a morte.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Ela ELLA

Um bar lotado. Uma noite quente.

Ela e alguns amigos se divertiam em uma típica noite de final de semana. Costumavam se reunir aos domingos para tomar uma cerveja em barzinho bem frequentado no bairro em que morava.

Enquanto conversava, viu passar um homem. Ela riu no pensamento: ‘alto, loiro, bonito e sensual’, que clichê! Era um colega de uma amiga que conheceu há algum tempo. Ele sempre fora muito bonito, mas agora era especial: ele estava solteiro. Ela o viu com outros olhos...Foi quando ele percebeu que ela o notou e se aproximou. Era quase como se ele não tocasse o chão para andar. O ar simplesmente não permitia isso. Os dois conversaram por algum tempo, e os amigos dela resolveram ir embora.

Os olhos azuis dele não a deixaram sequer despedir-se dos amigos amados sem desviar o olhar para encará-los. ‘Hipnose’, pensou e sorriu, sem controlar o impulso patético que rubrou sua pele branca. Ele sem entender sorriu de volta, e sentou ao seu lado. Colocaram a conversa em dia, as novidades, sempre se tocando, como se houvesse uma necessidade fatal de sentir a textura e o calor da pele do outro.

Inevitavelmente foram embora dali. Ele daria uma carona a ela. Ella não pensou em nada, mas ele fez tudo premeditado. Foi ali no carro que ele começou a despi-la, vorazmente. Há tempos ela não sentia o que estava sentindo, era como se precisasse daquilo o tempo todo; como se não tivesse bebido água por 30 dias; ou deixado de comer por 3 meses. Sexo. Era exatamente o que faltava na sua vida.

Foi inconsequente. No carro mesmo os dois se entrelaçaram como mãos, sem pensar no atentado ao pudor. Pensar pra que? A dor nos joelhos não se comparava ao prazer que ela estava sentindo. Fundiram-se, finalmente. Como podia não sentir vergonha de fazer aquilo com alguém que não era seu ficante, muito menos seu namorado? Argh! Preceitos! Quem os merece? Quem os QUER?

‘Eu não quero’, esbravejou. E continuou, como se estivesse ali sozinha.

Deu um beijo esbaforido de despedida e saltou do carro. Andou um pouco pela rua para se livrar do cheiro maravilhoso que exalava seu corpo. Enquanto passava pelas pessoas, que nem imaginavam o que Ella tinha acabado de fazer, pensou: ‘Preceitos’. E sorriu, ainda com a face avermelhada da sua primeira e última aventura sexual de primeira viagem.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Prazer, luxúria e vazio

Pecados.
Olhe a sua volta. É tudo o que vejo. Pode parecer que sigo alguma religião, mas não. Simplesmente estou tomando algumas vertentes de todas essas religiões que estão por aí, e que resumem o comportamento (lê-se essência) do ser humano em 7 pecados.

Obviamente não sou santa (e estou bem longe disso). Nem quero! Existe coisa melhor do que pecar? Quem nunca desejou devorar aquela mesa maravilhosa repleta de delícias da culinária; ou se deparou em uma situação que não desejasse estar no lugar daquela pessoa; ou ainda se enfureceu de tal modo a quebrar aquele maldito prato predileto da sua mãe; ou ficou desempregado por 1 (ou vários) meses e simplesmente adorou ser vagabundo; ou não quis dividir o que tem de mais precioso para você; ou quando está andando na rua se depara com um espelho incrível e não andou mais devagar para se ver; e finalmente, o melhor de todos os pecados, o apego aos pecados carnais. Negue, e seja hipócrita a tal ponto a negar que cometer os pecados da carne seja ruim. Há situações, casos, lugares e incidentes. Mas mesmo assim, é sempre um (literalmente) prazer.

A Igreja diz que a luxúria abre caminho para todos os outros pecados (lê-se: estamos todos perdidos, para não usar o popularesco [fodidos]).

Mas, por outro lado, às vezes vem aquele torpor. Ainda falta algo. Será que o ser humano é irremediavelmente tresmalhado aos seus desejos? Desejos não no sentido carnal, que você pode encontrar a cada novo contato, conversa ou olhar. Mas tresmalhado daqueles antigos desejos de viver uma vida monogâmica, com filhos, cachorros e peixinhos... Patético e necessário?

Até então não tenho sentido inveja dos jovens casais monogâmicos que chafurdam nos cobertores e dormem como ursos hibernando em pleno verão tropical. Na verdade, sinto até uma ponta de inquietação em saber que eles poderiam aproveitar a vida muito mais, juntos até,...mas de uma forma incrivelmente diferenciada.

Não é um apoio a poligamia. Nem aprovo isso. Eu também sou ser humano e pratico o egoísmo com veemência.

Dedicação

Remotamente censurada
Os sonhos não conseguiam abafar a sua realidade
Teimosos, persistiam em relembrá-la da dor
Ela não tinha poder. Censurada!
Vendada dos pés a cabeça, ameaçada, criticada.
Sempre focada no bem estar de todos, e sempre alheia a si...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Iguais diferentes

Dedicado à minha interessante amiga Deda S2

Estamos longe um do outro
Mas te sinto por perto
Antagonias iguais
Idênticos e diferentes
Surdos e mudos
Saliva e peles
Cheiros e olhos

A minha natureza e a tua cidade
O meu branco e o teu preto
Meu perto e o teu longe
Meu riso e teu furor

Os quilômetros não impedem
A tecnologia aproxima
(Mas só da cabeça e não do coração)
Porque o coração clama pela chama etérea*
E não a sensatez
Porque ele nem mesmo o é

E estou eu aqui
Feliz triste
Por ter e não te ter
Por imaginar; e não ver
Por você estar aí
E eu aqui
Por sermos iguais só em uma coisa:

A vontade de amar novamente aquele que existe
Mas só para mim
Só para me amar.


Do Dicionário Michaelis: Derivado de ÉTER: Fís Hipotético fluido cósmico extremamente sutil, que enche os espaços, penetra os corpos e é considerado, pela teoria ondulatória, o agente de transmissão da luz, do calor.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Resistir

É quando dá incrivelmente aquela vontade de sumir.

O telefone toca.
É ele novamente.
Mesmo depois de tantos anos atormentando a vida de Ana, ele não se vê contente.
“Maldito!”, pensa. Quem ele acha que é para considerar que eu posso voltar para ele novamente?
Onze horas da noite e ele tenta pela segunda vez.
“Ele não vai conseguir dessa vez”.
Ana é teimosa, forte, mas infelizmente não tem muito amor próprio. Ela atende na terceira tentativa. Ela sente o estômago retorcer de nervoso.
- Oi...
- Ana?! Meu amor, por favor, eu te imploro!
- O que você quer agora?
- Você!
- Ah! Mas que clichê! Faça-me o favor, Renato!
- Você sabe que eu não sou assim! Não quero falar sobre isso por telefone. Estou indo aí.
- Re...não...
Em incríveis dez minutos Renato chegou. Ele morava a duas quadras da casa de Ana, mas aquele dia ela notou que ele foi ao seu encontro de carro.

Mal tocou a campainha e Ana estava a postos.
Ele tinha em mãos um lindo buquê de lírios, que eram os prediletos de Ana. Com os olhos cheios de lágrimas, Renato adentra o pequeno apartamento da (ex)namorada e logo dispara:
- Eu te amo, não posso viver sem você.
- Amo...Renato, eu acho que não podemos mais continuar assim. Eu acho que não te amo mais, ainda mais depois do que aconteceu.
Renato larga as flores na mão de Ana, perambula pela sala até a varanda e olha para o céu, como se tentasse imaginar uma bela desculpa para convencê-la a ficar com ele. Depois de tantos anos, Renato sabia das fraquezas de Ana, e com certeza usaria isso contra ela. Ele era jogava baixo, era um egoísta nato, mas ela o amava, com todos os defeitos que vinha no pacote.

- Ana, fica comigo mais esta noite então...Uma despedida do nosso amor. – E fez aquela feição de cachorrinho abandonado que só ele sabia fazer. Ana era mesmo mole.
Tentando evitar a cena, ela se virou, olhou para as fotos dos dois espalhadas pelas paredes, e de repente sentiu uma pressão forte na cintura. Era ele, abraçando-a como se fosse a última vez. E era. (Era?)

A noite foi perfeita, como se eles fossem o casal mais unido e feliz do mundo. Cada um virou para um lado e dormiu, no conforto que só o amor poderia conceder.

É quando dá incrivelmente aquela vontade de sumir.

Ana foi forte e não voltou para Renato.

Mas Renato a visitava quando precisava. Quando AMBOS precisavam. Os dois eram fracos. Assim como o suposto amor que sentiam.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Coisas que recebemos por e-mail e que fazem parte da vida.

Coisas que recebemos por e-mail e que fazem parte da vida.

Passado por angela, que passou para a ju, que passou para mim. Isso um dia pode salvar nossos empregos. Rá!

1. Msn? Que msn?
2. Estou tentando remover esse programa do sistema.
3. Estou fazendo um teste para comprovar que há um grande déficit de atenção com seu uso.
4. Não sei qual o filha da puta que usou meu computador e ainda entrou no msn.
5. É vírus!!??
6. Estou utilizando para help desk.
7. Puta loca TOPA TUDO, quer dois pra sexo real hoje.
8. Estou enviando um arquivo para o cliente.
9. Cala a boca que estou no meio de uma partida de campo minado.
10. FOGOOooooo!!!
11. Fudeu.

Aqui está um pedaço do “IT Worker’s Guide”, que fala sobre as 16 coisas que você não deve dizer quando seu chefe perguntar: “O que você está fazendo?”

“Nada de especial…”
“Que bom que você perguntou, porque eu estava pensando se tem alguma coisa que eu posso fazer para você…”
“Só viajando na frente do monitor fingindo que estou trabalhando…”
“O que você quer dizer com ‘fazendo’ ?”
“Desculpe-me, você poderia repetir a última pergunta ?”
“Huhahuahuauhuha…”
“Nossa, quando você disse isso você pareceu tão másculo…”
“Tem tanta coisa pra fazer que eu nem sei por onde começar…”
“Um momentindo por favor! Eu estou quase quebrando meu recorde…”
“Se eu te disse que tem um macaco de três cabeças atrás de você, você acreditaria?”
“Excelente pergunta! Seus conhecimentos de como gerenciar são formidáveis”
“Ele parou de trabalhar primeiro!!”
“Sobre aquele email que você me mandou na última segunda, você poderia me mandar novamente?”
“Você fala primeiro!!”
“Seus braços estão ficando cada vez mais relaxados. Você está se sentindo cansado, muuuito cansado… Você…”
“Na verdade, eu estou trabalhando“

domingo, 28 de junho de 2009

Pavor


Autodestruição
São os cálices do teu sangue amargo
São os amores desperdiçados
São as noites que jazem
Na janela daquela torre
Despedindo-se do amor que você nunca sentiu

Tudo está turvo
Estou indo ao teu encontro
Eu sempre por você, você nunca por mim

Autodestruição
Quando leva tua mão gelada ao meu rosto
E renuncio ao que há de mais sagrado em mim
E te congratulo com tudo o que puder levar

E não tenho mais nada
Além do infinito do meu corpo
E da esmola que me deixou – teu beijo

Autodestruição
Não espero mais nada de você
Criminoso não julgado
Que brinda a morte e
Cumprimenta a apavorante aurora

Solução
Ilusão
Razão
Eis aqui a resposta que me fere
Encare o sol e salte do penhasco
A salvação é garantida

Encontro

Olhares, sedução e o contato da pele
Tudo o que eu procurava
E tudo o que eu (no fundo) desejava não encontrar

quinta-feira, 25 de junho de 2009

São Paulo



O céu orvalhado respinga
Suas lágrimas no meu ombro
Que não quer mais carregar mágoas
Muito menos de um céu ingrato
Que quer despejar a insatisfação na minha cabeça
E que não me deixa sair daqui.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Presunção

Lotado. Não havia melhor descrição para o vagão de metro em que eu me encontrava. No empurra-empurra, tentava ajeitar meu corpo ao cubículo que estava disponível (ali, de nada valiam as leis da física).

No momento em que uma senhora me cutucava com o seu guarda-chuva e a moça ao ladome espetava com o chaveiro da bolsa, eu deitei a cabeça para a direita e virei os olhos, fazendo uma careta espetacularmente aterrorizante. Geralmente é quando você acredita que não tem ninguém olhando mesmo. E, óbvio, ele estava me encarando, exatamente há duas ‘pessoas quadradas’ de distância.

Não pude acreditar que ele estava me olhando. A lei de murphy foi feita pensando em mim. Justo hoje, que eu estava sem maquiagem e o cabelo como uma louca recém-liberada de um hospício.

Mas aquele olhar...Era como se eu fosse a única (devia ser mesmo, com a cara de desleixo que estava, com certeza era a única).

Não consegui: de tanta vergonha, deixei escapar aquele sorriso bobo e infantil que só eu sei dar quando tenho vergonha. Que raiva! Minha vontade era de tirar as coisas da bolsa e colocá-la na minha cabeça. Enfim...Não sei MESMO flertar.

Apesar de eu ter me sentido uma completa idiota, ele gostou. Gostou? Só pode estar brincando! Durante as cinco estações lançamos olhares e sorrisos, como se tivéssemos o dom de ler pensamentos. E conseguíamos saber o que o outro pensava!

Tivemos um romance relâmpago na adolescência, e não tinha dado certo. Agora não seria diferente.

Foi anunciada a chegada da minha estação. Sorri novamente, depois de termos nos amado por alguns minutos e saltei do vagão, sem olhar para trás.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Gay Talese, uma lenda.

“[O jornalismo] é uma profissão honrosa, honesta. Tenho orgulho de ser jornalista”.

Eu também, Talese...eu também.

Saiba mais: compre a Veja dessa semana (sim, ainda há coisas que prestam nela) e acompanhem a entrevista de Gay Talese. Simplesmente utópica para os dias de hoje, mas a mais pura verdade sobre o jornalismo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

STF derruba exigência do diploma para o exercício do Jornalismo

Em julgamento histórico realizado hoje (17), pelo Supremo Tribunal Federal, foi posto fim a 40 anos de tradição dos jornalistas e da sociedade: não é mais obrigatória a exigência de diploma para exercício da profissão.

Particularmente, concordo que seja um retrocesso. Admito também que não sou contra que pessoas de outras profissões colaborarem com suas produções jornalísticas. As vezes são até mais talentosas do que aqueles que tem a formação. Mas eu apoio o movimento para a qualificação em jornalismo e as devidas atualizações na Constituição, que se faz mais que necessária.

Prefiro pensar que: se não precisa ter diploma para ser jornalista, fazer com que a informação seja ética e cética, é justo que nenhuma outra também precise. Posso eu exercer a profissão de advogada, sem cursar Direito? Posso eu fazer uma cirurgia, sem cursar Medicina? Então porque posso eu exercer Jornalismo, sem o curso de comunicação?

Sugiro que isso seja refletido com mais cuidado. O diploma se faz SIM necessário. E quem quiser colaborar, que continue. É ótimo para todos. Mas desde que assuma sua real formação/aptidão, ou que tenha alguma noção da importância da publicação de uma informação.

O início do fim

"O caminho mais fácil nem sempre é melhor que o da dor
Deixe a vida te mostrar um jeito menos doloroso de se despedir
Não seja assim tão dura
Com as palavras"


Como me dói seus olhares, seus gestos e seus lábios
teus dedos, teu cheiro e o teu toque
Tuas pernas trançadas nas minhas
À procura da companhia perdida
Por profanices proferidas pela tua boca

Do mar dos meus olhos enxergo melhor
O futuro que nos aguarda se ficarmos juntos
Embassado
Me entrego à maresia e ao teu abraço
E mais ainda àquelas marolas que
limpei na tua blusa que um dia fora minha
bem como você fora também

Novamente a tua boca cantarola
palavras docemente amargas, e inicia a minha tempestade particular

'Faça amor comigo'
E você concorda
Mais uma noite, mais agitação no mar dos meus olhos
Mais um amor que se vai...
'Eu te amo'
'Eu também te amo'
E assim tudo acaba
Com olhares e beijos
E muito amor...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mártir

Posso me lembrar das coisas que vivemos, sim!
Foram alguns belos anos vividos com você
Para no final
Olhar para mim e dizer que já não me amava mais.

Eu descobri, acredite!
Apesar de vocÊ nunca ter aceitado,
Eu ainda tenho amigos.
Sua falsidade me enoja!

Agora não,
Não venha bancar o mártir para mim
Não desperdice tua grande criatividade
Só para justificar o injustificável

Eu sei, você tem fraquezas
Mas eu também sou humana
Nesse caso, só parcialmente:
Não cometo as mesmas falhas que você
E isso me põe em outro nível

Por isso só queria que se lembrasse:
O enganado foi você,
E não eu.

domingo, 14 de junho de 2009

O sorriso / Eis você

E eu sorri para uma tela iluminada
E nela nada mais havia que palavras
E de repente não consegui mais pensar
E de repente vi que 'te completo'
E então gargalhei:
É...
Só você está bom pra mim.

..................

A cada novo encontro, um novo dilema:
Se sabe o que quero e não me queres,
Pra que fez o que fez, diz o que diz e é o que é?

sábado, 13 de junho de 2009

Cilada do tempo

O véu da pálida e gelada neblina degusta minha face
Os minutos se transformam em horas , os segundos em minutos
Mas basta apenas um olhar,apenas um olhar para que o tempo se congele
O que parecia surreal e abstrato ,agora já não é mais

Abruptamente uma sensação de determinação invade minhas veias
O ar parece faltar , as mãos transpiram ,o olfato se sobrepõe a visão
Pensamentos se embaralham e põem em xeque conceitos pré estabelecidos
O velho se opõe ao novo

Respostas? Talvez...
Somente o tempo, aquele mesmo tempo,
Sádico, sagaz e gatuno que outrora fazia com que os minutos se transformassem em horas, os segundos em minutos
Poderá um dia espelhar o verdadeiro denominador deste sentimento

Colaboração do meu grande amigo que tanto amo Fábio César, bancário por obrigação, músico em tempo integral e poeta nas horas vagas.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Você

Como num passe de mágica
O beijo se encaixa, o cheiro torna-se íntimo
e o toque leva quase à loucura.

Algodão doce


Deixa eu imaginar que você é meu
Que a lua é um pão de mel
Ou que as paredes tem ouvidos
Para ouvir minhas lamentações
E os contos e croquis sobre minha superior existência nesse mundo
O que penso do amor e das coisas da vida
São coisas minhas, suas, mas você nem imagina

Não leve a mal, sei entender
Mas a sua infelicidade me intriga
Como consegue ser tão enganado por si mesmo?
E eu te achava resolvido!
[Hilariante]

Mas vi que eu e mnhas nuvens de algodão doce
São muito mais reais que a sua vida.
Não é engraçado?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Luneta

Através da janela do ônibus
A fumaça, o carro, a carroça na esquina
E o trabalhador mais odiado pelos motoristas
Todos juntos
Ou separados
Apenas sobrevivendo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Partida

Olha para a luz e vê uma notícia
Bendita seja a coragem que me fez entender as palavras
As quais fizeram meus olhos expelirem águas
Totalmente contra a minha vontade

Não pude controlar!

Se você chorar, peço para que não me procures mais
Porque meu ombro não mais será a tua muleta
Nem meus beijos serão teu consolo
Ou minhas palavras o motivo
Para que continue
A esmurrar a ponta da faca que tu mesmo mantem segura em tuas mãos

Vá.
Suma!
E não voltes mais aqui, pois tu não não tens mais espaço no meu ser.

domingo, 7 de junho de 2009

Capricho


A perversão tomou conta do nosso ser... A meia luz refletida na tua pele pálida me fez estremecer; e assim meus lábios urgentes buscaram os teus desesperadamente. A respiração ofegante denunciava minha intenção. Meu corpo me denunciava! As mãos confusas se encontravam assustadoramente. Se chocavam, buscando conhecer melhor o corpo daquele que agora estava invadindo.
O arrepio da nuca desceu pelas costas, agora quentes. Os dedos serpenteavam a pele, que respondeu imediatamente, até o momento em que trançaram nos longos cabelos louros. Assim, puxou-o para trás com força, para que eu me curvasse mais, até deitar completamente. O teu corpo úmido se unia ao meu como um imã. E não quis que fosse diferente.
O beijo no pescoço aqueceu ainda mais o que já estava ardente. Seria possível? Eu vi no teu rosto a satisfação em me possuir, num arremate cuidadosamente premeditado e irremediavelmente irreversível.

sábado, 6 de junho de 2009

Rubor

Tudo estava bem até você aparecer
Será que também pensa em mim?
Será que as coisas ficam chatas depois que me encontra?

O rubro do teu rosto é encantadoramente odioso
E seus pensamentos e quereres tão incongruentes
Incongruência deveria ser teu nome!

O que é você? Que consegue tão facilmente partir sonhos!
Quem é você? Além de um homem tão confuso?

E mesmo não querendo
E mesmo lutando
Consigo me ver ao teu lado.
Consigo nos ver juntos.
Justo?

...........
O brilhar da orbe te enfeita
Banha a tua pele nua
E completa meus sonhos com as tuas ironias

Será sempre assim?
Tua falta me incomoda
Orbe maldita!
Banhe a mim!

"Pois meu olhar ainda vê o seu devorando-me!"

Jovialidade secular



O cenho se franziu, o olfato já selecionou
À caça dos teus olhos de fogo, do teu olhar caçador
Brindai!

O dançar dos teus cabelos no vento do vento induzido
O caminhar sutil que envolve os belos corpos do ambiente
E a ceiva da bebida que abre teu paladar
Brindai!

E seja você...E seja o teu cheiro de pecado...
E brindai à caça caçada pela vampira moderna,
A Afrodite encarnada no teu corpo
No seu corpo
Em busca de uma noite para saciar tua sede jovial

Mais uma vez,
Enquanto viver.
Eternamente,
Brindai!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Meras coincidências!

Fiz sem perceber o meu blog: o croqui de minha amada Pagu se confunde com a foto tirada pelo meu amigo ano que passou. E não tinha reparado até esse post.

Impressionada pela coincidência, fui informá-lo do fato. E fui pega com as calças curtas. Disse meu melhor amigo Marcão sobre o acontecido: "não sei o que mais me impressiona: a sua inteligência intuitiva ou a sua falta de percepção".

Pois é. Eu também não sei se devo mais me impressionar comigo mesma...

Plantar vida

Se considera um bom moço para o mundo? Tente isso:

http://www.clickarvore.com.br/index.php

Questão de saco

Um frio de 3º.
Uma cama quente.
Um sonho gostoso.
Uma porra de um celular.
Oito horas da matina!

"Inferno!" Só mais cinco minutinhos seriam suficientes para acabar com aquela ressaca moral do dia anterior. Odeio ser normal. Ter hora pra tudo, fazer sempre tudo igual e principalmente tomar um porre de todo esse veneno. Isso me mata. Mas às vezes se faz necessário.

"Que chão frio! Cadê minhas pantufas? Ah, aquela idiota da minha irmã deve ter pego e largado na sala".
Dito e feito.

Tremendo andei até o banheiro. E lá estava minha toalha usada novamente. "Será que eles não entendem que apesar de amá-los, a minha higiene se faz independente?"

Banho bom.
Relaxante.
Cabelos limpos.

No meu quarto a mesma bagunça: o violão no meio do caminho, as roupas sobre a cama e os sapatos debaixo da cama. "Como sou ecologicamente correta, abrirei a janela para não gastar eletricidade".

Chovendo. Incrível!
Hoje não quero trabalhar. E não vou.
Coloquei meus pijamas e minha meia colorida, e voltei a dormir.

(Mentira. A moralidade ainda está impressa na minha cabeça. Sou muito responsável ainda)

E cá estou eu. Divagando sobre coisas que não mudarão.
Não agora.

O sabor da liberdade

Quando as pessoas te olham, mas não te veem
Quando o gosto do beijo já não é mais o mesmo
Quando os sonhos e os quereres não passam de desejos a esmo
Quando um outro percebe a essência da pessoa ao seu lado

Eu vejo o céu escurecer
E sinto as nuvens tornarem-se friamente carregadas
Da eletricidade não mais presenciada
Dos tempos em que nos víamos

Pode ser minha tendência solitária
Ou o desejo de parecer eu (ou não)
Podem ser meus lábios famintos
Ou o desejo expirante da minha pele

Ou ainda o ódio latente nas minhas observações severas
De um mundo que já não mais faz sentido
Pra mim, pra você,
Ou para ele, o terceiro destruidor de caminhadas.

Eu ou ele não prestamos.
Muito menos para você.
Muito menos você...