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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Balão

Com dificuldade, abriu os olhos. Ela tinha dormido com o ventilador ligado. Sentir frio durante uma noite verão era quase um sonho. O seu corpo, ainda preguiçoso, estalava a cada movimento que fazia para se levantar.

Sentou e começou a pensar no que tinha que fazer durante o dia. É uma rotina, vezes cruel, vezes maravilhosa. Realmente depende. Linearidade não é exatamente o sobrenome dela.

Algo deixou a vida dela e não sabia pra onde tinha ido.
O ar tomou seus pulmões com força...E esvaziou.

Vazia.
Como nunca fora antes.
E não era ruim!

Estava vazia de coisas passadas e cheia de preocupações com o hoje e o amanhã que está reservado dentro de si e nos segredos com seu par.









Leia também:"Um pouco de amizade nesse amor" http://goo.gl/dscwMX


E mais:
"Encontrando o amor" http://goo.gl/NIIEap


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A preta que não sai de mim

Minha preta velha, minha negra lutadora, minha avó amada foi embora.

Ficamos bem, ocupados com o dia a dia, com os afazeres e, quando esse dia a dia exige a palavra sábia dessa negra forte e você sabe que não terá, parte do seu coração se aperta em dor, angústia, desespero, saudade, memórias e amor. Sem saber a exata divisão de cada sentimento.

Hoje lembrei dela ao ler uma matéria da Elza Soares que uma amiga recomendou. Achei que ela fosse gostar de ler. Pensei, imediatamente: "Vou mandar para a vovó. Ela vai gos...". Não, eu não vou mandar. PARA!

Não, nós duas não vamos mais trocar matérias e músicas sobre a força da mulher, da situação do mundo ou debater coisas amenas. Ou sequer falar sobre nossa musa Elis Regina.

Não, eu não vou mais fazer suas unhas, ou cuidar do seu cabelo armado e grosso cheio de fios grisalhos.

Nem fazer a sobrancelha ou maquiar os olhos acinzentados dessa preta. Minha "peta véia".

Muito menos tocar sua pele enrugadinha, tão macia, pra massagear seu cansaço de toda uma vida.

Ou rir com ela. E a gente ria pra caramba. Essa vida é mesmo uma droga e nos divertíamos com isso. Até quando brigava com o vovô.

- SEU VELHO FILHA DA PUTA! - Ela gritava. Sério. Eu amava isso. E sei que o vovô sente falta de importunar a velha.

A real é que eu não tenho mais com quem compartilhar nada, nem desabafar meus temores familiares, ou os temores e alegrias da vida porque minha negra linda foi embora e me enganou quando disse que estava bem. Que em sete dias voltaria para nós.

Meu exemplo de mulher se foi. Sua "filhinha Jeleca" sente sua falta. Todos os dias.

"PRA CARILHA".

TE AMO

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Queda de cabelo pós-parto: estou ficando calva?

Finalmente cheguei à fase que eu mais temia: a queda de cabelo. Tenho a plena sensação de que estou ficando calva, ou ainda pior, careca geral!
Essa sou eu e minha testa gigante

A minha queda de cabelo, para ser sincera, começou tarde, por volta de 3 meses e meio depois do parto, ao menos no que eu percebi. Estou no 4º mês após a cesárea e a frente do meu cabelo parece de senhor de 60 anos. A gente tenta disfarçar jogando para o lado, enrolando, esticando, fazendo pirueta... Mas a verdade é que aquilo está lá e não tem como disfarçar DE VERDADE.

Dizem que acaba cerca de seis meses depois de ter ganhado o nenê. Espero que sim. Não quero ser a Vin Diesel brasileira. Ontem usei rabo de cavalo e vi que minha testa estava gigantesca. 

Meu cabelo estava recuando um dedo do normal. MEU DEUS. Me senti assim:



A verdade é que eu estou tomando algumas medidas para melhorar e controlar – ou tentar controlar – a queda dos tufos: estou parando de usar secador, não uso mais química, tento comer melhor. O duro é que parece que nada, de fato, funciona. Meu bebê sugador está levando tudo de mim.

Só de pensar que meu cabelo estava a coisa mais linda quando eu estava grávida do Anthony! Volumoso, cheio de brilho, dava inveja na mulherada. Agora... A situação está bem complicada.

O Marcelo diz que não vê essa queda que falo. Ontem mostrei a escova e voilá! Rolava uma peruca! O primo It passou pela minha casa para escovar o cabelo.

Duro de lidar com a queda é por causa do bebê, coitadinho, que, enquanto mama, às vezes se distrai ou se incomoda com algum fio que cai no seu rostinho. Ou no metrô. Ou enquanto conversa com seu chefe e cai um fiozão bem na mesa. Ou quando você sente aquela coceira nos braços, ombros e costas e descobre alguns fios fazendo cócega. QUE ÓDIO!

Eu espero que melhore logo. De verdade.

CIENTIFICAMENTE FALANDO...

- No pós-parto tem essa drástica queda por conta da volta ao normal dos hormônios;
- Dependendo da mulher, caem de 10 a 50% dos fios;
- Sem ter bebê, caem até 125 fios por dia; no pós-parto o valor chega a 500 fios, mas não chega a te deixar careca (ufa!);
- Mudança rápida no peso corpóreo, estresse e alimentação influenciam no cabelo;
- Tanta mudança vinda com o bebê pode mudar a estrutura dos seus fios: um liso pode ganhar ondas, ou o encaracolado ficar menos encaracolado, etc. Surpresas da maternidade. O meu notei que está mais liso que o normal.
Enfim, nos resta esperar, novas mamães. Não bastasse um novo bebê, temos nova rotina, novo corpo, novo comportamento e, ainda, novos cabelos.



Boa sorte para nós nessa odisseia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O corpo pós parto e a crueldade do mundo perfeito

Com o passar do tempo estou percebendo o quanto as pessoas são cruéis - ou apenas idiotas.

Percebi que, após um mês de ter dado à luz a um menino grande, as pessoas esperavam que meu corpo estivesse como antes: como se eu não tivesse engravidado. E isso é um senso comum, praticamente.

A lei da maternidade (o nome inventei agora, mas a doutrina já existe há algum tempo) diz que qualquer mulher que tenha um filho deve voltar a ter o mesmo corpo de antes - ou melhor - em até uma semana. MENTIRA. Bullshit.

A sociedade diz que temos que ser todas modelos, blogueiras fitness ou simplesmente perfeitas. 

Fui convidada por uma amiga a ser uma das damas do seu casamento. Fazia um mês que eu tinha passado por uma cesariana. Ainda estava inchada, cheia de gases circulando pelo organismo, me acostumando a produzir leite, lidando com as estrias na barriga e aprendendo tudo sobre um bebê. Eu ainda não tinha sido liberada a praticar exercícios físicos, embora mal tivesse tempo de escovar os dentes. O exercício físico que vim praticando durante toda a licença maternidade era ligado ao trabalho doméstico. E vou te dizer, menina: fazer tarefas domésticas tendo que cuidar de um recém-nascido é algo bastante intenso.

Claro que a pessoa quem fez o comentário não sabia da missa um terço. A verdade é que foi dito, com essas palavras: "Nossa, eu vi a foto. Você estava gigante!"

Bom, por onde começar?

A ciência diz que:
- O volume sanguineo aumenta até 50% durante a gravidez;
- Você ganha um novo órgão: a placenta é o único órgão temporário no corpo humano;
- Seus ossos ficam mais soltos;
- O útero cresce 20 vezes seu tamanho original e aumenta em 1000 vezes sua capacidade inicial;
- As mamas se modificam para produção de leite;
- Por causa do aumento do útero o pulmão perde espaço para se expandir, o que deixa a respiração mais rápida e curta;
- Os órgãos se reorganizam;
- Com o aumento da barriga, seu centro de gravidade fica confuso.

Entre uma série mais de outras coisas...

Claro que não são justificativas plausíveis para você ter o corpo de grávida a vida inteira. É justo, de acordo com minha ginecologista, que, se meu corpo demorou 9 meses ( ou no meu caso, 40 semanas e 4 dias) para se modificar, demore os 9 meses a um ano para voltar à sua total normalidade, isso inclui hormonal também.

Cada mulher tem um metabolismo, um corpo, uma forma de se recuperar.

Então, darlings, a lição do dia é: Cuide-se e espere. Você tem seu tempo!

Dá desespero? DEMAIS!

Mas tive meu bebê há 4 meses, já perdi os 15kg que ganhei com a gestação e perdi mais 3kg. E mesmo assim, minha barriga ainda tem uma forma estranha que me chateia muito quando me olho nua no espelho. Tem flacidez? TEM, SIM SENHOR! Tem estrias? TEM, SIM SENHOR! Mas o que posso fazer, senão esperar, cuidando da minha alimentação (até mesmo por conta da produção de leite), da mente, corpo e espírito?

Então esperarei cuidando do que posso e consigo cuidar. Sem pressa. Ao meu tempo. Afinal, tenho muito mais com o que me preocupar do que pessoas que esperam que eu tenha o corpo da Bella Falconi pra ontem. 

BEIJOS!

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Brincadeiras com o bebê

Papai brinca com bebê.
Bebê ri.
Papai também.
Papai levanta bebê.
Bebê gorfa.
Bebê atinge boca, barba, peito e costela.
Papai: " nossa, ele gorfou na minha boca! Caramba! Tem gosto de leite. Com leite condensado! ", disse, rindo.

E finalizou: "Que sorte que caiu só um pouco em mim! Se não eu nem ia jantar que ia ficar cheio! Kkkkkk"
MAS GENTE!

sábado, 10 de outubro de 2015

O poder de um bebê

Sessenta e um centímetros;
Seis quilos e oitocentos gramas;
Três meses;
E um pum capaz de derrubar cidades.

Imagina quando começar a comer?


sábado, 19 de setembro de 2015

Significado de dor




 A palavra dor tem outro significado - ou passa a ter o real significado em sentimento - quando você passa pela maior perda da sua vida. Dor é algo que você até consegue tocar quando sente de verdade; o oxigênio pesa como chumbo nos seus pulmões e os olhos passam a chorar incessantemente, mesmo sem você querer. Eu perdi minha avó, minha alma gêmea nessa vida e nada justificaria esse texto se não fosse o fato de que eu quero lembrar desse dia. O primeiro dia de uma saudade eterna, o dia derradeiro de uma alma brilhante, o dia em que senti dor pela primeira vez. Marcia Kisberi você foi e sempre será minha gêmea, que me apresentou a diferentes sentimentos, sentimentos maravilhosos. 

Me apresentou Elis Regina, Belchior, Elvis Presley e Ney Matogrosso porque é linda e me deixava ouvir seus discos quando chegava da escola. Me ensinou a língua inglesa mesmo não tendo estudado muito.Sabia muito de francês e latim, mas não se gabava por isso. Eu odiava quando não deixava eu e meu irmão alugarmos na locadora da esquina filmes infantis dublados. Costumava dizer que era perda de tempo e que deveríamos treinar nossos ouvidos. Cansei de voltar para trocar por uma versão legendada. Obrigada. Me introduziu à vida na adolescência, quando me alertou de que "quem com porcos anda, farelo come". Jamais esquecerei disso. Serviu na adolescência e acho que servirá pelo resto da minha vida.


E, mesmo agora, cheia de surpresas, por último, resolveu me ensinar a sentir dor, a enfrentar a dor, mesmo sem querer. Afinal, você é assim: esse poço de eterna sabedoria e gargalhadas escandalosas dos medos da vida finita - tenho a quem puxar. 

Quando engravidei, falei para o Marcelo: "amor, tenho medo. Sempre que alguém nasce na família, outro vai embora". Não poderia imaginar que seria você, o pedaço de mim, que iria para proteger seu 3°bisnetinho. Mas, de qualquer forma, fico feliz que tenha esperado para conhecê-lo, porque, como anjo da guarda do filhotinho da sua primeira neta, você deve ter suspeitado que teria trabalho. Obrigada, vovó. Se sou quem sou, foi por sua causa. Esse buraco que agora fere meu peito, sei que vai se transformar e ficar mais forte um dia. Mas não agora, apesar de você sempre ter dito que gostaria de uma festa no dia da sua partida. Desculpe por desapontá-la. Não é fácil perder um grande amor. Me perdoe. Eu te amo. Sua, sua pra sempre sua, Jelequinha.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O bebê de dois meses


Olhares atentos
O choro de fome
Sorrisos de reconhecimento
Mãos tateantes
Lábios e língua inquietos
O sabor
O cheiro
O toque
O olhar
Os sons
O corpo que depende de mim

Eu conheço você melhor que a mim mesma
Tudo apaixonante
Naquele que agora ocupa meus dias e noites
pensamentos e descansos
Muito amor.
Infinito é.
Ad infinitum.
Te amo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Mini craque feelings

Finalmente voltamos a nos olhar.

Não porque não queríamos, mas estávamos tão ocupados lidando com a nova realidade - a chegada do bebê - que a gente realmente estava meio, digamos, fora de órbita.

Hoje nos olhamos, nos beijamos e nos olhamos de novo, dessa vez, com um ar de interrogação.

- Que esquisito. - ele disse. - Parece que você está cabeçuda.
- HAHAHAHAHAHA Eu te entendo. Tive a mesma sensação.



A gente tem ficado tanto tempo olhando a "nossa cria", tão pequena e delicada e perfeita, que, quando finalmente nos olhamos bem de perto, foi muito bizarro. Ele me pareceu a Rainha de Copas, da Alice no País das Maravilhas.

- Te amo.
- Eu também, meu amor. - Respondi.


terça-feira, 21 de julho de 2015

E o Anthony nasceu!

Finalmente consegui algum tempo para atualizar, meio que tardiamente, o blog sobre o processo de ser mãe, nascer mãe, se tornar mãe. Meu bebezinho está ao meu lado em sono profundo depois da mamada.

O DIA D

No dia 3 de julho foi marcada a cesárea. Não pude, como queria, realizar o parto natural. Meu bebê tinha previsão de incríveis 4,340kg e 51cm no último ultrassom, dois dias antes de agendarmos a cirurgia. Como era primeiro filho, a ginecologista obstétrica não recomendou o parto natural porque, além de eu não ter dilatação nenhuma, a criança era grande demais e colocaria em risco nosso bem estar.

Foi uma sensação de alegria e tristeza ao mesmo tempo, afinal, ter um bebê extremamente saudável e grande era maravilhoso, mas acabou com o projeto da gestação. O importante era o bem dele.

Chegamos na maternidade às 6h. A cesárea estava agendada para acontecer no período da manhã. Fizemos o exame de cardiotoco no meu pequeno, que estava prestes a nascer e meu acompanhamento. Às 8h, entrei para tomar os medicamentos pré-cesárea. E aí a história começou. Me troquei e coloquei a roupinha oficial para operar.

AQUELA QUE JORRA

Eu sou doadora de sangue. Doo sempre por uma questão de princípios mesmo. Sentei para que elas colocassem as mangueirinhas que levariam os medicamentos às minhas veias. Elas são fáceis de achar, mas, no braço, são muito finas. Já as veias das mãos... E foram elas que sofreram o furo. A enfermeira apertou e, como mágica, as veias subiram fazem a hola. BANG!

Furou. E antes que ela pudesse conter, meu sangue começou a jorrar, espirrar, fazer um auê na sala da enfermagem. A mulherada correndo para conter e encaixar as ampolinhas. Sujei a sala toda. Parecia um filme do Tarantino.

A ESPERA SEM FIM

Depois do filme de terror para colocar a mangueirinha na minha mão esquerda, me encaminharam para uma sala para aguardar a preparação da sala onde eu seria encaminhada para ter meu bebê. Nesse momento, também fiquei sozinha, esperando o meu marido acertar toda a papelada de entrada.

O coração estava apertadinho dentro de mim. Bati um papo maneiro com o Anthony. Eu o conheceria em breve. O homem da minha vida.

Outra enfermeira, a responsável pela coleta da placenta para estudos de célula tronco, entrou na sala. Conversamos bastante. Era uma moça muito divertida e responsável. Ela estava lá para que eu assinasse a documentação de doação da placenta. Eu quis doar. Porque jogar no lixo algo que pode ser usado para benefício das pessoas, de novas descobertas?

Depois de 20 minutos o Marcelo chegou. Ai, que vontade de chorar. Que alegria.

Com ele chegou a cadeira de rodas. Foi bem divertido, admito. Eu estava ótima para andar, mas, mesmo assim, me pediram para sentar. Bom, que seja. Curti o momento. Atravessamos para o outro lado da Maternidade. Era incrivelmente lindo lá! Tudo reformado, de primeiro mundo. Eu e o Marcelo ficamos surpresos, afinal, escolhemos o Amparo Maternal visando o parto natural...e quando não deu, mantivemos a escolha, mesmo sendo cesárea. Não esperávamos que fosse tão bom. Na verdade, excelente!

Ele, de novo, partiu para se trocar e vestir a roupa adequada para me acompanhar. Sozinha,minhas pernas estavam trêmulas. Estava tão ansiosa! Com tanto medo! Nunca tinha feito nenhuma cirurgia. A ideia me soava bem assustadora. Mas, cá estávamos. Era chegado o momento de conhecer meu bebê.

A CESÁREA

Entrei na sala de cirurgia, conheci os médicos que fariam meu Anthony vir ao mundo, a anestesista, as enfermeiras... E a zoeira começou. Levei a anestesia ráqui. Sentada, eles aplicam na base da coluna. É incrível. Achei aquilo tão engraçado que comecei a falar besteira. A rir.

- O que você deu pra ela além da ráqui? - disse, rindo, o médico.

Eu não conseguia parar. Falamos sobre tudo. Rimos pra caramba.

- Caraca! Não consigo levantar a perna. Estou fazendo a maior força. Gente. Que foda isso! - falei, chorando de rir.

- Que moça doida. Gente fina! - ouvi alguém falar. A anestesista ficou ao meu lado o tempo todo. Disse que isso nunca tinha acontecido na sala de cirurgia. Tinha que ser eu a inaugurar o momento da zoeira.

Marcelo chegou, pálido. A zoeira seguiu até o fim da cirurgia. Foi um clima ótimo!

NASCEU!



A maca balançava de um lado pro outro, pra frente e pra trás. E eu não sentia NADA! Fiquei agoniada. O Marcelo, que segurava a minha mão nervosamente, me olhava apavorado. Mas ele não me via. Ele estava meio em transe. Ouvindo e sentindo tudo tanto quanto eu. Como eu amo esse menino!

Com mais uma balançada,...ouvi o choro. O CHORO. Não consegui. Por mais que eu tentasse, meus olhos minavam lágrimas. Era uma nascente infinita de lágrimas. Era o choro do meu bebê!

- Mas que menino mau educado! Só tirei a cabeça dele e ele já está chorando! - disse o médico, surpreso, rindo.

Eu ri mais ainda. Esse é meu bebê, que, não contente, depois de chacoalha pra cá e pra lá, saiu de mim. E carimbou os médicos com...XIXI. hahahahahahahahahhahahahhahahahahahahahahahahahaha Gente! Anthony chegou pra marcar a vida do povo da maternidade!

- CARAMBA! Vocês trouxeram a mochilinha dele?
- Sim, trouxemos. - confirmou o Marcelo.
- Não! - disse o médico, rindo. - A mochilinha da escola! Esse menino vai sair daqui direto pra escolinha! - falou.

Morremos de rir.

Anthony Gomes Kisberi nasceu com 50,5cm e 4,020kg. Era um bebezão. Meu bebezão. Quando colocaram ele perto do meu rosto, nossa! Não sei descrever o que eu senti. Foi algo além de tudo o que já senti na vida. Senti amor puro e completo pela primeira vez.

Eu te amo bebezinho. Te amo demais.


terça-feira, 30 de junho de 2015

Altura uterina, idade gestacional e tipos de parto

Há uma semana estive na Maternidade achando que, finalmente, meu filho viria ao mundo. Mero equívoco. Pediram para que, caso ele não nascesse em seis dias, eu teria que voltar no dia seguinte, uma semana após a primeira consulta e verificar qual seria o próximo passo. Isso significava mais uma semana de cansaço.

Hoje voltei à Maternidade sem grandes esperanças. Eu simplesmente não sentia dor ALGUMA. E assim foi. Fiz o exame e constatamos que eu não tinha NADA de dilatação. Zero. Fechadona. Nada de nenê. No entanto, algo me chamou a atenção: a medição da altura uterina, que dizem que tem algo a ver com a idade gestacional e tamanho do bebê, o que pode definir como o príncipe Anthony, o bebezinho, virá ao mundo.

A minha medição da AU (Altura Uterina) marcou 40 cm. Senti que isso, de alguma forma, espantou a médica, que, imediatamente soltou: "É...esse é um bebê grande. Ele pode pesar mais de 4kg". Pensei o que isso significaria para o fim da minha gestação. "Basicamente", disse ela, "se ele estiver do tamanho que imagino, teremos que fazer uma cesárea".

FUCK!

Isso sairia dos planos do parto normal. Aliás, muitas coisas já saíram do que eu pensava que fosse acontecer (tipo meu filhote nascer com 38 semanas lindo e saltitante após um ciclo de dores intensas do trabalho de parto).

A médica me encaminhou imediatamente para um exame de cardiotoco. O exame de cardiotocografia avalia como o bebê está se saindo dentro da barriga da mãe, frequência cardíaca e contrações uterinas. Pela avaliação e declaração da médica, a minha está excelente.

Ela também pediu um exame de ultrassonografia para saber o peso do bebê e como está meu ILA (Índice de Líquido Amniótico), que farei amanhã.

Encontrei na Maternidade mais duas jovens senhoras com a MESMA situação que a minha. As mesmas dúvidas. A mesma ansiedade. Teremos que esperar para saber se será amanhã que faremos cesárea, se vamos esperar mais uma semana (até as 41) para saber se vai rolar o parto normal e, se chegar até lá e nada tiver acontecido, fazer o agendamento da cesariana.

A crueldade de não saber como é o bebê continua. Odisseia bebê Anthony.



sexta-feira, 26 de junho de 2015

A gravidez e a ansiedade: lidando com o amor inesgotável

Não consigo explicar com palavras o sentimento esta noite.
A ansiedade tomou conta de cada parte do meu corpo.
A ansiedade me faz chorar desesperadamente.
De curiosidade.
De emoção.
De amor.

Esperar o bebê aqui fora, nesse mundo, faz muita coisa passar pela cabeça da gente. Eu sempre, sempre pensei nas coisas ruins.
Nas pessoas.
Nas situações.
Nas desilusões.

Mas não hoje. Não mais.

Esperar por você aguça nosso sentido de querer saber quem é essa pessoa que nos toca e nos conhece tão bem a ponto de chorarmos por ela. Porque a gente realmente vê a possibilidade de melhora.
Vê esperança.
Vê amor.
Vê vontade.

A gente passa a navegar por um mundo tão desconhecido, inexplorado.
E lindo.
E a culpa é sua. Só sua, meu bebê.


Pra você guardei o amor...

sábado, 30 de maio de 2015

Eu fui: curso de gestante gratuito da maternidade Amparo Maternal

Esse mês meu bebê, Anthony, finalmente chega. A data prevista do parto é dia 26 de junho. Mas ele deve chegar antes. Sabe como é: pressentimento de mãe.



Preocupados com a data do parto, precisávamos decidir a melhor maternidade para receber nosso bebê. Uma das indicações recebidas por conhecidos foi o Amparo Maternal, no bairro da Santa Cruz (Rua Loefgreen, 1901), em São Paulo. É considerada uma maternidade modelo e oferece o parto humanizado, que está cada vez mais em alta.

Nessa maternidade, eles oferecem hora para visitação e um curso para gestante gratuito. Fizemos a visitação quando eu estava de quase 7 meses e decidimos deixar aproximar mais os nove meses, para não esquecermos de nada do que fosse falado e pudéssemos tirar todas as dúvidas que os pais de primeira viagem - ou não - têm sobre a maternidade/paternidade. O curso para gestantes foi dividido em três partes: o parto, a amamentação e os cuidados com o bebê.

SOBRE O PARTO
A primeira palestra foi realizada por uma enfermeira obstetra. Com ela conseguimos esclarecer boa parte das dúvidas, como por exemplo, o que é e como identificar as contrações, o que fazer com o rompimento da bolsa, sangramento e para algumas mães, especialmente sobre os procedimentos naturais do parto, como aplicação e uso de fármacos para auxiliar no processo.

Além disso ela também falou sobre os procedimentos de episiotomia, coisa que assusta a todas nós que queremos ter parto natural/normal. Ela disse que eles não fazem. O que acontece é a sutura dos pontos

Ela deixou claro que todos os procedimentos são informados às mães. Alguns questionaram os depoimentos negativos que todos nós já encontramos na internet e disse que isso acontece porque, devido à intensa dor, algumas autorizam alguns procedimentos e depois esquecem. Isso já ocasionou muitos problemas para a maternidade. Eu, particularmente, acredito na enfermeira. Depois de ler alguns depoimentos sobre o parto sem anestesia, muitas disseram perder a noção do que faziam. Enfim, eu vou conhecer de fato o processo como é em alguns dias e poderei contar com mais propriedade.

A AMAMENTAÇÃO
Essa palestra/curso foi dado por uma doula, que também oferece consultoria de amamentação. Foi a mesma que nos levou para conhecer a maternidade na visitação.

Com duas bonecas ela explicou o quão conectado é o bebê à mãe. É realmente impressionante quando nos deparamos com provas científicas desse ato. Ela desmitificou o "leite fraco", a posição usada para amamentação adotada culturalmente e os problemas disso para a criança (acreditem se quiser: a melhor posição é acomodar a criança verticalmente e não horizontalmente), a importância da amamentação nos primeiros meses de vida, massagens para estímulo do leite, e os perigos do uso de chupetas e mamadeiras, que, segundo a especialista, representa nada mais que a influência da indústria e do comércio para que usemos coisas que compõem o rol de primeiros vícios dos nossos filhos.

CUIDADOS COM O BEBÊ
A última palestrante foi uma enfermeira. Ela abordou temas como a limpeza do umbigo, limpeza correta do rosto e genitais, banho, processos de cuidados e primeiros socorros.

Ela nos mostrou facilidades e cuidados primordiais para com o bebê. Alertou para os perigos da gripe e a importância da vacinação. E o motivo de ensinarem tudo isso para nós: depois que o nenê nascer, ele ficará em ALOJAMENTO CONJUNTO, ou seja, ficará no quarto junto a mãe.

Mas admito que o momento que mais me chocou foi quando começamos a falar sobre posição para dormir, que nos levou automaticamente ao tema de primeiros socorros. Crianças engasgam, isso é fato. Confesso que o que ela ensinou sobre as medidas que devemos tomar com nossos filhos me deixou mais forte e mais consciente de que preciso ter calma se isso acontecer. Acho que para todas as gestantes e pais presentes, esse foi um momento de grande preocupação e, principalmente, esclarecimento.

Com o fim da palestra, todas receberam um certificado de participação.

O CURSO DE GESTANTE GRATUITO
O curso é oferecido uma vez por mês e não precisa de inscrição. Basta chegar no horário, ou seja, até meia hora antes do início do curso, que acontece das 14h às 18h. Eles oferecem um lanche maravilhoso para as (os) participantes.

Para saber mais acesse o site da maternidade: www.amparomaternal.org ou ligue (11) 5089.8277.

Vale muito a pena, inclusive para os papais que estão assustados com a nova realidade que está por vir...



quarta-feira, 20 de maio de 2015

Vivendo o inferno astral do bebê

Um aniversário chegando. A maior parte das pessoas já devem ter ouvido falar em INFERNO ASTRAL, esse diabo que antecede o mês de aniversário de uma pessoa.

Claro que não necessariamente isso signifique azar. Não. É uma fase complicada que te prepara para um novo ciclo, dizem os astrólogos e simpatizantes, mas... E quando o inferno astral é do seu nenê?

Bom, o jeito é deixar acontecer. É o que tem acontecido com esse mês de maio, que antecede a chegada do meu bebê. Simplesmente as coisas aconteceram.

Ontem acordei com um pressentimento ruim. O marido iria para o interior, Cajamar, no dia posterior. O dia passou e aquele aperto no coração não passava. Ruim não saber porque certos pressentimentos nos assolam. Não costumo ignorar, mas preferi me concentrar nele e mentalizar uma viagem boa a ele.

Hoje, ao acordar, estávamos maravilhosos! Mais do que normalmente acordamos. Não foi só um abraço e um beijo de bom dia. Foi...algo mais. Estávamos calmos, completos e felizes. "Você está linda hoje", ele arrematou - sei que ele ama esse vestido de oncinha que hoje me serve como blusinha. E assim saímos para que ele pudesse me levar ao trabalho a tempo, como tem sido nas últimas semanas por conta das dores nos quadris que tenho sentido com certa frequência.

 - A 23 (de maio) está ótima! Mas nem vamos elogiar... - falei.
 - É. Logo ali em frente para - ele completou.


E assim foi.

BBUUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM! O carro foi pra frente. Assustada, olhei pra ele e disse: "NÃO!"
- Puta que pariu - disse, olhando para trás, pálido.



Uma dupla de motoqueiros bateu na nossa traseira. Um ficou no vidro traseiro, que já estava no banco. O outro conseguiu riscar o teto do carro com o capacete, que acabou voando uns 5 metros a frente do nosso carro. Fiquei apavorada, imobilizada por um minuto. Abri a porta do carro enquanto uma caravana de motoqueiros encostavam para ver se tudo estava bem. Eles estavam bem. Exceto pelas mãos, que literalmente pingavam gotas e gotas de sangue. O moço cujo capacete voou a distância, estava com o nariz sangrando. 

Foi aterrorizante mas fiquei feliz que não estavam mortos. Foi uma bela porrada. Resolvemos. O nenê ficou agitado.

E assim espero termos finalizamos nosso mês de inferno astral. Que a astrologia nos ajude nos próximos 11 dias, né, nenê?

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Um pouco de amizade nesse amor

"Conversamos como amantes e rimos como melhores amigos", tradução livre.


Anos no currículo de nosso contato
Namora você, namora eu
Solteira eu, namorando você
Solteiro você, namorando eu

Meses entre vai e vem
Eu mudei e você também
Temos experiências demais no coração e na cabeça
E sabemos que o imediatismo não mais convém

As coisas hoje são como devem ser
Amigos amantes
Admiradores do nosso passado, da música e do céu
Contempladores distantes

Minha confusão, dúvidas
Ainda tenho muitos corações para ferir
Espero que você não esteja no meu roteiro criminoso
Que você conhece tão bem e, mesmo assim sorri

Amizade louca a nossa
Namoro intenso o nosso
Algo esquisito entre nós
Machucar é um dom - afaste-se.

Vem.
Vem pra mim.
E eu pra você.
Vamos arriscar.

(Escrito originalmente em 2013).

Friends and lovers:

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Gente sacana se derruba sozinha

"Na final das contas, sem gritar, espernear, boicotar ou ser sacana, percebi que a vida acaba se vingando pela gente. Acredito mesmo que a melhor vingança é ser feliz, ser amada e fazer sucesso. A gente não precisa levantar um dedo contra ninguém, gente sacana se derruba sozinha."
Jorge, Mariliz Pereira. Trecho do texto "A melhor vingança é ser feliz", publicado na Folha dia 23/4/2015.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Os significados da vida



O que passou foi decorrido, findo. 
Anterior
Que passou de tempo... avelhantado; 
Velho.

Fruto apodrecido, seco.
É o que se fez ou se disse anteriormente

Pretérito...Ontem.
Finito.



sexta-feira, 10 de abril de 2015

Contas a pagar

Os dois estavam na cozinha fazendo algo para comer em plena meia-noite e meia.

- O que é isso? - perguntou ela.
- Ah, recebi os parabéns pela abertura da MEI (Microempreendedor Individual).
- Poxa, bacana isso!
- Nem me fala! Eu já nem queria abrir achando que era mais uma conta pra pagar.
- HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! - Gargalhou, acordando os vizinhos. - Bem-vindo ao clube, mi amigo.

Depois de adulto, você não pode nem receber parabéns por correspondência que já acha que é mais um "compromisso financeiro". Esse é o mistério da vida.

Aaaaaammmém!


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Se passado fosse bom seria presente


Ela é presa ao passado.
Vive nova vida, com outro alguém.
Outro algoz?
Liberte-se!
Cure-se daquele amor que nem era mais amor.

A mentira é real para um só.
Um erro cometido e nada mais.
Ela se sentiu iludida, sem ele iludir.
Ela se sentiu lesada, sem ele lesar.
Ela se sentiu amada, sem nunca ter sido.

A ânsia por uma resolução.
Um olhar, apenas.
Era o que ela queria para tentar reconquistar algo impossível de ter.
Comportamento obsessivo, repetitivo, compulsivo.
Os mesmos com a ex. A ex-ex. A ex-ex-ex.

E a história se repete.
E ela não apaga.
Ela não consegue.
Um dia conseguirá?
Prenda-se ao futuro.

Passado é passado, ex.

Sinônimo de esquecimento


segunda-feira, 30 de março de 2015

Case-se comigo


Passeando pelas ruas frias de São Paulo, típicas de um começo do outono, nós olhamos para aqueles bares lotados. Gente jovem, muito jovem, de meia idade, uma real variedade de pessoas. Trocamos olhares e continuamos olhando pra frente, de mãos dadas, quando suspiros mútuos se encontram.

- Nossa, eu realmente não sinto falta disso.
- Nem eu - respondeu ele, com um sorriso no olhar.

É a constatação: estamos felizes. É um casamento que realizamos todos os dias quando ele me busca no metrô, faz o jantar ou brinca comigo das coisas que mais odeio (cócegas, por exemplo). Reconhecemos a beleza das coisas simples que incrementam e enchem nosso coração de amor.

Fora do comum, casamos todos os dias sem precisar de uma aliança. Casamos em silêncio assistindo TV; casamos quando eu levanto para trabalhar e ele me puxa de novo pra perto dele, estendendo aqueles 10 minutos que deveriam ser de sono em carinhos matinais; casamos pelo Whatsapp, resolvendo os pepinos de um lar; casamos quando ele diz que estou realmente bonita com o batom que ele adora; casamos quando ele diz que estou "gostosa" mesmo com aquele moletom velho; casamos quando ele chega do trabalho, me beija e carinha nosso bebê, ainda guardadinho na minha barriga.

Fique comigo como tem ficado todos os dias. Apenas continue casando comigo com seus olhares, sorrisos e suas palhaçadas juvenis. E eu prometo continuar te amando. Pra sempre.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Noite de sono

Tinha tudo para ser só mais uma noite de sono. Até ele acordar e colocar a mão na minha barriga.

Alisou, alisou e foi ao banheiro, quando, de repente, o nenê acordou virado no "jiraya". O nenê mexia pra lá, mexia pra cá e acabou me acordando. Despertou aquela vontade de fazer 5 litros de xixi que, quando finalmente vai fazer, ele representa algumas gotas. Bela pressão no rim.

Finalmente nos ajeitamos na cama. Quando eu tentei fazer "conchinha" nele, percebi que já não encaixa mais por conta do tamanho da minha melancia. Mesmo assim, tentei. Encostei minha barriga no bumbum do meu marido e tentei adormecer, mesmo com o nenê parecendo que estava agarrado ao cordão umbilical e balançando, quase que cantando "I came in like a wrecking baaaaaall", da Miley Cyrus.


E assim adormeci.

No carro, pela manhã, a primeira coisa que ouço é:

- Esse nenê está de brincadeira com a minha cara. Levei mais ou menos três chutes na bunda essa noite.
- COMO ASSIM? - falei, - jurava que você não tinha sentido nada!
- Eu fiquei esperando ele parar.
- HAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAH TOMA!

E assim começa a saga dos novos pais, aguentando a "zueragem" de um nenê que ainda nem nasceu.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Desabafo

E a cada susto que o bebê te dá com suas mexidas, algo novo desperta em você.
Realmente é mágico...

..não tão mágico são os gases que esse mesmo bebê tem causado. Não soltar um pum é quase uma sessão de automasoquismo.




terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Quase 30

Tradução: "Tenho 29 mas às vezes me sinto com 19... Até eu sair com pessoas de 19... Então eu realmente não me importo em ter 29"



Finalmente quase 30.

São 29 anos que nem vi passar.
Mas senti.

Mas não me sinto adulta. No entanto, tenho as responsabilidades de uma.
Ainda tenho lembranças tão claras de ontem. De 2000. De 1994.
Como pôde o tempo me pregar uma peça dessas?

Eu não sou jovem.
Realmente sinto alguns sintomas de uma "juventude" bem vivida.
As festas. As bebidas. Os amigos. As risadas sem fim. Os tombos. As lágrimas. Os amores.

Eu não sou velha.
Sinto o vigor do vento no rosto, as promessas de um futuro bom...
As festas - agora infantis. As bebidas - nem sempre alcoólicas. As risadas sem fim - isso nunca mudará. Os tombos - nem eles mudarão. E muito menos mudarão as lágrimas. Os amores...Não tão mais plurais. Mas bem mais completos!

Sou um perfeito meio termo na vida.
Um perfeito ser humano randômico pelas ruas da cidade.
A mulher que meus pais esperavam que eu fosse.
A esposa que meu marido tem não só como amante, mas, principalmente amiga. E ele vive rindo da minha cara.
E espero que a mãe que meu filho se orgulhe em ter como companhia pra sempre.

Até eu ser realmente velha. De aparência. Porque sei que, aqui dentro, eu terei sempre 15, 20 ou 29 anos. Perfeitos. Ilesos. Lindos!

Bem vindo, 29!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Ex da zueragem sem limites

É oficial: foi-se o tempo em que a minha zueragem era sem limites. Infelizmente meu corpo impôs os limites. E não são poucos. E ele é esperto.

Descobri hoje, no metrô, que tudo está uma bosta em mim. Quase morro com tontura e falta de ar. Alow, gravidez na terceira idade (ok, exagero)! Que desespero da porra!

Comecei a entrar em pânico com medo de desmaiar. O estômago deu aquele famoso "URGH". Tão difícil você, sozinha, se acalmar mentalmente quando na verdade você quer gritar, ficar pelada e deitar no chão gelado! Você está grávida, não louca? DANE-SE! Dá na mesma cara! É uma irritação fodida por você raramente estar 100% MARAVILHOSA.

Ou você está enjoada. Ou com azia. Ou com dor nas pernas. Ou seus pés viraram broas. Ou está com cólica. Ou tem dor de cabeça. Ou está com fome. Ou está com dor nas costas. Ou sem posição para dormir. Ou seu bebê está se mexendo tanto que você sente que vai soltar um belo de um PUM a qualquer momento. Mas é só ele sendo bebê! Mas calma, você está bem! Ótima!

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Pra completar, ainda chegou uma velhinha capengando e, como os que estão sentados nos bancos NORMAIS não se sentem obrigados por lei ou sequer honram com a boa e velha educação de berço levantar, eu tomei a iniciativa.

O olho "birolhou". Quase morro a segunda vez, mas tudo bem. Estava quase chegando ao meu destino mesmo...

Ser ex de um corpo que eu controlava. E cara,...que desespero!

Estar grávida é sim, uma sensação inexplicável de estar completa e nunca se sentir sozinha. Falar com o amor da sua vida que você nem sabe quem é e, apesar de todos os pesares, você ainda curtir o  momento. Por isso homens não são mães. Pra aguentar a bronca eu vi que é necessário mais do que amor. É paciência. É dedicação. É colocar alguém à sua frente. PRA SEMPRE.

Bebê: você sim está na zueragem sem limites. Mas deixa: quando você vier, vou morder seu bumbum em retribuição, seu gostosinho! A mamãe te ama apesar de você estar acabando com o organismo dela! 

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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A dois

Dia após dia, mais escuro.
Dia após dia, mais distante.
Dia após dia, mais tentativas.
Dia após dia, mais próximos.

Tentativas.
Erros.
Convivência.

Bagunça.
Faxina.
Bagunça.

Brigas.
Mudanças.
Pele.

Amor.
Risadas.
Amor.

Novo dia.
Novo beijo.
Novo meu.
Novo novo.

Dia após dia, dois.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sobre mulheres independentes

Dentro do carro, o casal estava conversando sobre a mulherada hoje em dia, quando ela teve uma surpresa que a deixou orgulhosa em um nível estratosférico.

Ambos conhecem mulheres submissas, as que são submissas mas que não reconhecem, mulheres pseudoindependentes e as independentes.

- Estive conversando com um cara que eu achava que era meu amigo sobre você, a época que você me enrolava e ele me aconselhou, com essas palavras: "cara, você está interessado em 'mina' independente, e 'minas' independentes...é impossível lidar com elas! Elas acham que estão sempre certas! Por isso eu gosto da @#$%&*... Hoje, por exemplo, ela está lá em casa porque eu pedi para ela ficar. Às vezes ela vem com umas vontades, mas já fico bravo e ela para com isso...". Fiquei chocado e vi que ele não poderia ser meu amigo.

E continuou:

- Eu fiquei com você justamente por isso! Porque você não precisa de mim. Todas as mulheres que tenho como referência na minha vida - minha mãe, minha tia, minhas irmãs - são independentes. E eu não consigo aceitar menos que isso! Lembra aquele menina que eu estava enrolado? Ela era TOTALMENTE submissa. Não tinha opinião ao meu lado, não conseguíamos conversar, se eu pedisse para ela ir em casa a qualquer hora, ela certamente iria! -, ele falou com um tom de chocado.

- Isso jamais daria certo. Por isso estou com você. E eu gosto assim.

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Obs.: Há gosto para tudo e respeito isso, quero deixar bem claro. Esse texto foi só para exaltar que meu amor gosta de mim cricri e de qualquer jeito. rs <3 p="">

sábado, 3 de janeiro de 2015

Bebê a bordo, sua enjoada!

Dia 9 de outubro.

Poderia ser mais um dia normal, comum... Mas não foi. Ao contrário de muitas, eu sei exatamente o dia da concepção do meu bebê, e foi nessa quinta-feira, dia 9 de outubro.

Estávamos esperando o momento de sairmos para ele ir fazer um show em São Bernardo do Campo, numa casa chamada Pirâmides, como quase toda quinta-feira. Mas entre um carinho e outro, acabou rolando aquele momento... Sempre fomos muito precavidos (leia-se medrosos com o quesito baby).

Eu tinha parado de tomar o anticoncepcional para trocar, então tínhamos várias camisinhas pela casa. Simplesmente não deu para esperar. Conscientes, decidimos passar na farmácia e comprar a pílula do dia seguinte, salvadora de pátrias de casais "causadores de acidentes".

Aliviados, ingeri a pílula em cerca de 5 horas depois. Ótimo! Ufa. Aliviados, voltamos para casa e dormimos como ninguém.

UM MÊS DEPOIS...
Com uma "menstruação" de dois dias e usando apenas o protetor diário, fiquei relativamente tranquila. O remédio poderia ter alterado meu organismo. Achei perfeitamente natural, apesar do meu "namorido" ter ficado encucado.

Iniciei uma dieta. Já estava mesmo querendo perder alguns quilinhos para o fim do ano. Cara, como eu passei mal.

Eu realmente achei que, por conta da minha dieta restritiva - pero no mucho - meu organismo estivesse defasado. O cheiro da comida arrepiava TODOS os pelos do meu corpo. Cara, que inferno! Eu queria comer, mas não dava. Exceto por abacaxi, bolachas de água e sal e água.

Emagreci pouco mais de 3kg para ir à praia com amigos no feriadão. E mesmo assim não estava bom. Realmente sentia meu corpo diferente. Comecei a pensar na possibilidade, mas...NHÁAAA. Impossível. Bebi cerca de 7 garrafas de cerveja, caipirinhas e doses enormes de vodka.

No caminho para casa - e um trânsito infernal - pedi para o Marcelo guiar. Nossa. Que sentimento de morte. Deve ter sido aquele queijo que comemos no litoral. Maldição. Nunca mais comerei aquilo. Revirei no banco do passageiro. Suei frio. Ressaca não era. Nem bêbada fiquei! Sou cabra macho. Na altura de Diadema, a coisa engrossou. Fucei nas sacolas no banco traseiro e achei a sacola onde tínhamos guardado algumas coisas molhadas. Chacoalhei e joguei tudo no chão. Foram os segundos certos de ...

ARGHHHHHHHHHHHHH! Acho que enchi a sacola de bílis, já que mal consegui comer alguns cubos daquele queijo. - "Amor, sério, vou morrer.", falei pro Marcelo.

Os enjoos continuaram e, apesar de sempre ter sido uma mulher curvilínea, nunca tive pança. E, cacete, eis ali um pequeno inchaço na região do útero. Cruzes. -"Deve ter sido a falta de menstruação esse mês", pensei.

ESTOU COM O FÍGADO ZUADO!
Só podia ser o fígado. Continuava sem comer. Sem apetite, Com sono. Sempre fui dona dele, mas puta merda, esse sono era monstruoso. E perdurava. Era o dia todo. Parei de ir tanto aos shows do Marcelo porque simplesmente eu não aguentava tanto sono. Meus olhos fechavam, o estômago roncava, mesmo sem nada atrair sua atenção de verdade.

VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA!
- Bah, amor, não pode ser. Eu tomei o remédio direitinho!
- Vamos fazer logo essa porra desse exame! - disse, puto, preocupado e quase morto.
Passei na farmácia e comprei um exame de - pasmem - R$21. Achei o cúmulo, mas parecia ser o melhor. Óbvio que ele brigou comigo. Ele já teve uma experiência ruim no passado e não quis cometer o mesmo erro. Entendível, mas, já estava ali, resolvi fazer. E deu um resultado bizarro. Não dava leitura nem pra sim, nem pra não.

- Amanhã, sem falta, faremos o exame de sangue.

E assim foi. Passei o feriado na casa da minha cunhada. Dormi a tarde toda, claro. Ansiosa, resolvi consultar o exame online mesmo, por volta das 19h. E lá estava. 74,550. Menor que 1,0, seria negativo; maior que 25,0, positivo. Não era possível estar correto. Era muito alto! Joguei no Google e lá estava: equivalente a fucking 8 SEMANAS!

Marcelo não podia acreditar. Ligou na central para confirmar. E foi assim que o vi confirmar, empalidecer e meio que morrer.

Demorou algumas horas para voltar a si. E começar a falar. A ficha caiu.

Minha família saiu do restaurante em que estavam na zona leste e migraram para a zona sul. No mesmo dia ganhei mil presentes. Foi uma felicidade só. E continua sendo. E sei que será até o fim dos meus dias. <3 p="">