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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Aguente firme


Rapazinho é melhor crescer
Você só sente minha falta quando não estou
Descanse em paz, amor
Na sua solidão
Seu céu é um amor sem traição

Não vou me desculpar
Por ter te humilhado
Você tentou me diminuir
E não vou acatar

Nem penso mais em você
Eu e minhas amigas vamos sair
Olhar os outros rapazes
Você já era

Passa
Passa
Próximo

Estou me sentindo mais leve
Não vou me desculpar
Agora você quer se desculpar
Por ter me feito chorar

Me arrependo de ter sorrido pra você aquele dia
Deixei meu orgulho por você
Nem estou transando com ninguém
Eu vou ficar bem
Não preciso de ninguém

Vou viver a vida sem você
Eu e as meninas vamos ver o mundo
Não estarei mais aqui
Não chorarei mais

Cresça, rapazinho.
Passa
Passa
Próximo!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Dia de fúria

Pessoalmente, nunca sofri algum tipo de preconceito. O mais grave que sofri foi ser xingada de "quatro olhos" quando comecei a usar meus óculos para corrigir minha miopia.

Com algum tempo de convivência com uma amiga - que, para mim, de gorda não tem nada - eu comecei a sentir por tabela o que ela sofre porque, de acordo com a sociedade ela é - para os mais antenados - plus size, ou mais comumente, gorda.

Hoje passamos por uma situação extrema de estresse em um restaurante vegano em São Paulo. No horário de almoço optamos, ao invés de ir tomar o nosso habitual shake, por comer algo salgado.

Ainda não sei se foi uma boa escolha, dado o que aconteceu assim que chegamos ao lugar. No entanto, pensando por outro lado, gente ignorante tem de sobra em QUALQUER lugar. Então, dane-se.

Estávamos conversando e nos servindo, como de costume e como todos fazem quando vão a um restaurante. O problema é que estávamos conversando no self service (claro que isso não é um exemplo de higiene, mas gente, por favor, quem nunca fez isso que atire a primeira pedra). Isso incomodou um homem de aparentemente meia idade e uma senhora, na mesma média. 

Eu não ouvi, mas minha amiga, com o bom ouvido que tem e o poder de prestar atenção em tudo à sua volta, ouviu, para o azar dos dois.

Segundo minha amiga, eles reclamaram ser falta de educação falar em cima da comida. Mas, como eu disse acima, vocês estão em um self service em São Paulo. Vocês acham MESMO que só a gente tenha falado em cima disso? Quantas pessoas mexem no cabelo, se coçam passam a mão no nariz...são incontáveis as coisas horríveis, mas é isso. Lide com o fato!

Os dois continuaram, como se nada tivessem falado.

Pouco mais a frente, eles insistiram e repetiram, sendo grosseiros. Ficamos pasmas. Ela foi sentar enquanto eu terminava, já nervosa, de pegar o feijão preto com a bendita carne de soja. Quando eu estava chegando na mesa, ouvi a senhora dizer: "vai emagrecer, sua gorda"!

Não contentes, reclamaram das nossas conversas, dizendo que a minha amiga estava falando alto. Ai o bicho comeu solto. Foi horrível entrar na dança daquelas duas pessoas. Ainda acho que eu não falamos o suficiente. Mas eles a escolheram para ser a vítima das ofensas infinitas.

Não deixamos barato, obviamente. Entramos na dança deles, não fomos ensinadas a levar desaforo para casa.

A grande questão aqui é: por quê? Por quê falar algo - de forma gratuita - que sabe que vai magoar e ofender a outra pessoa de uma pessoa mais profunda? Minha amiga sabe lidar com isso, mas eu não gostei da forma que usaram a palavra, ofensivamente, agressivamente. Da forma como se dirigiram a ela. Muitas pessoas brincam com isso, fazem piadas, mas eu percebi que é um problema sistêmico, por falta de educação e empatia com o próximo. 

E tudo isso porque eles estavam em um self service onde passam dezenas de pessoas por dia que falam em cima da porra da comida. Não gosta, não vá! Se tivessem tido essa postura, eu e minha amiga não teríamos passado nervoso em um momento que costumamos nos divertir. Nem tido que lidar com esse tipo baixo e preconceituoso.