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terça-feira, 28 de julho de 2009

Ela ELLA

Um bar lotado. Uma noite quente.

Ela e alguns amigos se divertiam em uma típica noite de final de semana. Costumavam se reunir aos domingos para tomar uma cerveja em barzinho bem frequentado no bairro em que morava.

Enquanto conversava, viu passar um homem. Ela riu no pensamento: ‘alto, loiro, bonito e sensual’, que clichê! Era um colega de uma amiga que conheceu há algum tempo. Ele sempre fora muito bonito, mas agora era especial: ele estava solteiro. Ela o viu com outros olhos...Foi quando ele percebeu que ela o notou e se aproximou. Era quase como se ele não tocasse o chão para andar. O ar simplesmente não permitia isso. Os dois conversaram por algum tempo, e os amigos dela resolveram ir embora.

Os olhos azuis dele não a deixaram sequer despedir-se dos amigos amados sem desviar o olhar para encará-los. ‘Hipnose’, pensou e sorriu, sem controlar o impulso patético que rubrou sua pele branca. Ele sem entender sorriu de volta, e sentou ao seu lado. Colocaram a conversa em dia, as novidades, sempre se tocando, como se houvesse uma necessidade fatal de sentir a textura e o calor da pele do outro.

Inevitavelmente foram embora dali. Ele daria uma carona a ela. Ella não pensou em nada, mas ele fez tudo premeditado. Foi ali no carro que ele começou a despi-la, vorazmente. Há tempos ela não sentia o que estava sentindo, era como se precisasse daquilo o tempo todo; como se não tivesse bebido água por 30 dias; ou deixado de comer por 3 meses. Sexo. Era exatamente o que faltava na sua vida.

Foi inconsequente. No carro mesmo os dois se entrelaçaram como mãos, sem pensar no atentado ao pudor. Pensar pra que? A dor nos joelhos não se comparava ao prazer que ela estava sentindo. Fundiram-se, finalmente. Como podia não sentir vergonha de fazer aquilo com alguém que não era seu ficante, muito menos seu namorado? Argh! Preceitos! Quem os merece? Quem os QUER?

‘Eu não quero’, esbravejou. E continuou, como se estivesse ali sozinha.

Deu um beijo esbaforido de despedida e saltou do carro. Andou um pouco pela rua para se livrar do cheiro maravilhoso que exalava seu corpo. Enquanto passava pelas pessoas, que nem imaginavam o que Ella tinha acabado de fazer, pensou: ‘Preceitos’. E sorriu, ainda com a face avermelhada da sua primeira e última aventura sexual de primeira viagem.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Prazer, luxúria e vazio

Pecados.
Olhe a sua volta. É tudo o que vejo. Pode parecer que sigo alguma religião, mas não. Simplesmente estou tomando algumas vertentes de todas essas religiões que estão por aí, e que resumem o comportamento (lê-se essência) do ser humano em 7 pecados.

Obviamente não sou santa (e estou bem longe disso). Nem quero! Existe coisa melhor do que pecar? Quem nunca desejou devorar aquela mesa maravilhosa repleta de delícias da culinária; ou se deparou em uma situação que não desejasse estar no lugar daquela pessoa; ou ainda se enfureceu de tal modo a quebrar aquele maldito prato predileto da sua mãe; ou ficou desempregado por 1 (ou vários) meses e simplesmente adorou ser vagabundo; ou não quis dividir o que tem de mais precioso para você; ou quando está andando na rua se depara com um espelho incrível e não andou mais devagar para se ver; e finalmente, o melhor de todos os pecados, o apego aos pecados carnais. Negue, e seja hipócrita a tal ponto a negar que cometer os pecados da carne seja ruim. Há situações, casos, lugares e incidentes. Mas mesmo assim, é sempre um (literalmente) prazer.

A Igreja diz que a luxúria abre caminho para todos os outros pecados (lê-se: estamos todos perdidos, para não usar o popularesco [fodidos]).

Mas, por outro lado, às vezes vem aquele torpor. Ainda falta algo. Será que o ser humano é irremediavelmente tresmalhado aos seus desejos? Desejos não no sentido carnal, que você pode encontrar a cada novo contato, conversa ou olhar. Mas tresmalhado daqueles antigos desejos de viver uma vida monogâmica, com filhos, cachorros e peixinhos... Patético e necessário?

Até então não tenho sentido inveja dos jovens casais monogâmicos que chafurdam nos cobertores e dormem como ursos hibernando em pleno verão tropical. Na verdade, sinto até uma ponta de inquietação em saber que eles poderiam aproveitar a vida muito mais, juntos até,...mas de uma forma incrivelmente diferenciada.

Não é um apoio a poligamia. Nem aprovo isso. Eu também sou ser humano e pratico o egoísmo com veemência.

Dedicação

Remotamente censurada
Os sonhos não conseguiam abafar a sua realidade
Teimosos, persistiam em relembrá-la da dor
Ela não tinha poder. Censurada!
Vendada dos pés a cabeça, ameaçada, criticada.
Sempre focada no bem estar de todos, e sempre alheia a si...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Iguais diferentes

Dedicado à minha interessante amiga Deda S2

Estamos longe um do outro
Mas te sinto por perto
Antagonias iguais
Idênticos e diferentes
Surdos e mudos
Saliva e peles
Cheiros e olhos

A minha natureza e a tua cidade
O meu branco e o teu preto
Meu perto e o teu longe
Meu riso e teu furor

Os quilômetros não impedem
A tecnologia aproxima
(Mas só da cabeça e não do coração)
Porque o coração clama pela chama etérea*
E não a sensatez
Porque ele nem mesmo o é

E estou eu aqui
Feliz triste
Por ter e não te ter
Por imaginar; e não ver
Por você estar aí
E eu aqui
Por sermos iguais só em uma coisa:

A vontade de amar novamente aquele que existe
Mas só para mim
Só para me amar.


Do Dicionário Michaelis: Derivado de ÉTER: Fís Hipotético fluido cósmico extremamente sutil, que enche os espaços, penetra os corpos e é considerado, pela teoria ondulatória, o agente de transmissão da luz, do calor.