Por algum tempo eles ficaram separados. Opção dela.
Ela sempre prioriza, racionalmente, o sexo, a profissão e o futuro. Tudo friamente calculado.
Ele sempre almeja uma vida tranqüila, regada a sexo, carinho e companheirismo.
Talvez eles fossem muito diferentes. Talvez eles fossem apenas o reflexo do casal moderno. Na prática, tinham o “gostar de sexo” em comum.
Mesmo separados, ela pensava nele todo dia. Mesmo separados ele pensava nela todo dia.
No reencontro, para botar o papo em dia, em um bar qualquer pela fabulosa cidade de são Paulo, enquanto saiam do carro, ele agarrou a mão dela como se nunca tivessem ficado separados. “Não foi isso que eu havia planejado”, ela pensou . Mas mesmo assim não se opôs. Ao contrário: o agarrou ainda mais forte e pediu seu calor. Ali estava muito frio.
De repente um beijo macio e voraz ao mesmo tempo a alvejou. Queria resistir. Sem sucesso. Ela sempre sabe muito bem o que não quer. As coisas não são simples como todos falam. Um relacionamento estragaria toda e qualquer possibilidade de ela emplacar, de se dedicar inteiramente ao que gosta e onde pretende chegar. Ela é do tipo que ama demais.
A realidade é que se entregar, agora, não é uma opção.
Curtiram a noite como deveriam: rindo, falando besteiras, contando as novidades, falando sobre a vida...
Ao ir pra casa, ele fez declarações de amor. “Não quero ouvir. Pare de falar”, ela gritava por dentro. Ele declarou todo o amor que sentia por ela, por seus defeitos, suas qualidades, suas manias, seu jeito, o modo de falar, o modo de se mover, o sorriso, a risada, o olhar, o cheiro, o toque, as cores que pinta as unhas, o jeito de arrumar o cabelo, a maneira como dirige, a forma como xinga, como escreve, como pensa, como vive, como quer, como não quer, como ama – ou não, e até o mistério insuportavelmente torturante que a envolve. Em cada detalhe da vida comum dela, ele conseguiu fazer brilhar, como se ela fosse uma estrela em meio a uma escuridão algoz. “Você é o amor da minha vida”.
Ela ouviu tudo muda. Sem reação. Nunca poderia imaginar que seria isso. E ele saltou do carro, para esconder as lágrimas que faziam cócegas nas suas bochechas.
Pensando no passo que deveria tomar em breve ela seguiu, fria e sozinha, como queria estar, mas como no fundo, não desejava ficar.
...mas o que, não sei mais.
ResponderExcluire ele nao fez nada? nao saiu do carro, nao foi atrás dela?
ResponderExcluirNão. Medo, sabe.
ResponderExcluirLer a história assim é ainda mais impactante do que ouvi-la...
ResponderExcluirE é dolorida, não é
ResponderExcluirHell Yeah...
ResponderExcluirBom texto, bem escrito como sempre.
ResponderExcluirMas eu achei a parte do sexo meio avulsa na história. Ela poderia ser melhor aproveitada, envolvendo mais o assunto na pequena trama.
Thanks :)
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