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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O medo do medo

"Eu te amo, amore mio".
Foi a última mensagem dele para mim antes que tudo acontecesse.

Semanas de perfeição, regadas a diversão, cumplicidade, amor e sinceridade. Tudo tão maravilhoso e leve - apesar daquele pesadelo premonitório.

O iPhone dele toca. E sobe uma janela com o nome da ex-namorada. Olhando para os olhos dele, desbloqueei. Eu não mexo no celular dele e ele sabe. Minha reação foi de torpor imediato.

Sorri, de longe, um sorriso bem amarelo. Aquela mensagem...como ela sabia tanto dele? Eles estariam se encontrando? Por que ele não me contou? Se ela não deu 'oi' é porque estavam se falando antes e ele apagou o histórico.

CHOQUE.

Comecei a dar risadas histéricas em meio a um grupo de amigos que bebiam alegremente ao meu redor. Ninguém, aparentemente, percebeu meu pavor. O meu maior medo vindo à tona. Me cutucando. Concretizando meu pior pesadelo.

Saímos, como se nada tivesse acontecido.

Com um sorriso despreocupado no rosto chegamos ao carro e dei minha cartada. E ele agarrou. Eu estava certa. Decepção. TORPOR. Ódio. E o inevitável choro infantil, com soluços de dor.

O pior covarde é aquele que não quer ver. Que não quer agir em prol de um bem maior.

Acordei, esperando que esse pesadelo não seja real como foi quando estava dormindo. Tenho medo dos meus medos. E medo de mim e essas sensações de aviso, que nunca erram.

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