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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Encontrando o amor

Solteira, lá estava eu curtindo um bom show de rock de uma banda de amigos.

Não costumava sair para ficar com ninguém.

A ideia era ouvir um som, beber cerveja, dar risada e ir embora do jeito que cheguei: sozinha.

Enquanto bons clássicos rolavam, dois moços vieram falar comigo.

Um deles era mais velho e o outro, com a aparência bem mais jovem. Não parecia que gostavam de bons clássicos do rock, mas sim da nova cultura emo da época.

Não dei bola.

Eles insistiram na conversa.

Retribui. Disseram que tinham banda e que também tocavam. O mais novo se insinuou.

- Desculpe, mas você realmente não faz meu estilo... - falei, cruelmente e com ar de superioridade. E não fazia nem um pouco! Sempre preferi cabeludos a mocinhos de topete ou bonés.

Apesar da minha sequência de grosserias bem comuns entre as meninas que saem à noite e que não querem dar bola para meninos, eles permaneceram.

Trocamos contatos.

Tornamos-nos amigos.

Sai com o “emo” que não era emo.

Não rolou sentimento.

Continuamos amigos. Bons amigos.

E teve muita história nesse meio que conto qualquer dia.

Só sei que o sentimento rolou depois que amadureci e vi que ele era um homem excepcional.

Era o oposto do que eu imaginava para a minha vida: carequinha, barba ruivinha, alto, calos de guitarrista e um coração gigante, cheio de amor guardado especialmente para mim.

A gente topa com o amor da vida toda e não dá bola. Eu dei sorte.

Meu amor persistiu.

Às vezes o amor vem até a gente. Samba na nossa frente. Dá piruetas. Dança axé. Bate cabelo. Faz um duplo twist carpado. Até cansar de mostrar seus valores, ele dá um tapa na nossa cara.

ACORDA!


Espero que seu amor seja como o meu: violento e te dê um tapa na face para acordar!


Obrigada, amor.


Para ouvir, nossa trilha:

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