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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Medo de mim


De todas as meninas que já fui, me tornei aquela que eu mais temia:


Aquela que fala a verdade e espera um tapa, não um reconhecimento.
Aquela que corre atrás das suas vontades, sem se preocupar em agradar.
Aquela que trabalha porque gosta, não só porque é necessário.
Aquela que sorri quando vê bichinhos na rua - e se segura para não levar todos pra casa.
Aquela que, quando precisa, é dura, assim como a vida.
Aquela que não tem mais medo das pessoas, nem do que elas esperam dela.
Aquela que consegue demonstrar o amor, mas também estampa o ódio se provocar.
Aquela que chega e, sem alardes, pode atrair olhares.
Aquela que já foi magoada mas não endureceu, só se tornou mais atenta.
Aquela que chorou e sorriu em seguida, por ter muito ainda a viver.

A sorrir.
A rir.
A ir.

Pelo mundo. Só com ela. E quem ela quiser que venha junto e que também sinta vontade de acompanhá-la em mais descobertas.


Sem medo de mim. 

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