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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A preta que não sai de mim

Minha preta velha, minha negra lutadora, minha avó amada foi embora.

Ficamos bem, ocupados com o dia a dia, com os afazeres e, quando esse dia a dia exige a palavra sábia dessa negra forte e você sabe que não terá, parte do seu coração se aperta em dor, angústia, desespero, saudade, memórias e amor. Sem saber a exata divisão de cada sentimento.

Hoje lembrei dela ao ler uma matéria da Elza Soares que uma amiga recomendou. Achei que ela fosse gostar de ler. Pensei, imediatamente: "Vou mandar para a vovó. Ela vai gos...". Não, eu não vou mandar. PARA!

Não, nós duas não vamos mais trocar matérias e músicas sobre a força da mulher, da situação do mundo ou debater coisas amenas. Ou sequer falar sobre nossa musa Elis Regina.

Não, eu não vou mais fazer suas unhas, ou cuidar do seu cabelo armado e grosso cheio de fios grisalhos.

Nem fazer a sobrancelha ou maquiar os olhos acinzentados dessa preta. Minha "peta véia".

Muito menos tocar sua pele enrugadinha, tão macia, pra massagear seu cansaço de toda uma vida.

Ou rir com ela. E a gente ria pra caramba. Essa vida é mesmo uma droga e nos divertíamos com isso. Até quando brigava com o vovô.

- SEU VELHO FILHA DA PUTA! - Ela gritava. Sério. Eu amava isso. E sei que o vovô sente falta de importunar a velha.

A real é que eu não tenho mais com quem compartilhar nada, nem desabafar meus temores familiares, ou os temores e alegrias da vida porque minha negra linda foi embora e me enganou quando disse que estava bem. Que em sete dias voltaria para nós.

Meu exemplo de mulher se foi. Sua "filhinha Jeleca" sente sua falta. Todos os dias.

"PRA CARILHA".

TE AMO

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Queda de cabelo pós-parto: estou ficando calva?

Finalmente cheguei à fase que eu mais temia: a queda de cabelo. Tenho a plena sensação de que estou ficando calva, ou ainda pior, careca geral!
Essa sou eu e minha testa gigante

A minha queda de cabelo, para ser sincera, começou tarde, por volta de 3 meses e meio depois do parto, ao menos no que eu percebi. Estou no 4º mês após a cesárea e a frente do meu cabelo parece de senhor de 60 anos. A gente tenta disfarçar jogando para o lado, enrolando, esticando, fazendo pirueta... Mas a verdade é que aquilo está lá e não tem como disfarçar DE VERDADE.

Dizem que acaba cerca de seis meses depois de ter ganhado o nenê. Espero que sim. Não quero ser a Vin Diesel brasileira. Ontem usei rabo de cavalo e vi que minha testa estava gigantesca. 

Meu cabelo estava recuando um dedo do normal. MEU DEUS. Me senti assim:



A verdade é que eu estou tomando algumas medidas para melhorar e controlar – ou tentar controlar – a queda dos tufos: estou parando de usar secador, não uso mais química, tento comer melhor. O duro é que parece que nada, de fato, funciona. Meu bebê sugador está levando tudo de mim.

Só de pensar que meu cabelo estava a coisa mais linda quando eu estava grávida do Anthony! Volumoso, cheio de brilho, dava inveja na mulherada. Agora... A situação está bem complicada.

O Marcelo diz que não vê essa queda que falo. Ontem mostrei a escova e voilá! Rolava uma peruca! O primo It passou pela minha casa para escovar o cabelo.

Duro de lidar com a queda é por causa do bebê, coitadinho, que, enquanto mama, às vezes se distrai ou se incomoda com algum fio que cai no seu rostinho. Ou no metrô. Ou enquanto conversa com seu chefe e cai um fiozão bem na mesa. Ou quando você sente aquela coceira nos braços, ombros e costas e descobre alguns fios fazendo cócega. QUE ÓDIO!

Eu espero que melhore logo. De verdade.

CIENTIFICAMENTE FALANDO...

- No pós-parto tem essa drástica queda por conta da volta ao normal dos hormônios;
- Dependendo da mulher, caem de 10 a 50% dos fios;
- Sem ter bebê, caem até 125 fios por dia; no pós-parto o valor chega a 500 fios, mas não chega a te deixar careca (ufa!);
- Mudança rápida no peso corpóreo, estresse e alimentação influenciam no cabelo;
- Tanta mudança vinda com o bebê pode mudar a estrutura dos seus fios: um liso pode ganhar ondas, ou o encaracolado ficar menos encaracolado, etc. Surpresas da maternidade. O meu notei que está mais liso que o normal.
Enfim, nos resta esperar, novas mamães. Não bastasse um novo bebê, temos nova rotina, novo corpo, novo comportamento e, ainda, novos cabelos.



Boa sorte para nós nessa odisseia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O corpo pós parto e a crueldade do mundo perfeito

Com o passar do tempo estou percebendo o quanto as pessoas são cruéis - ou apenas idiotas.

Percebi que, após um mês de ter dado à luz a um menino grande, as pessoas esperavam que meu corpo estivesse como antes: como se eu não tivesse engravidado. E isso é um senso comum, praticamente.

A lei da maternidade (o nome inventei agora, mas a doutrina já existe há algum tempo) diz que qualquer mulher que tenha um filho deve voltar a ter o mesmo corpo de antes - ou melhor - em até uma semana. MENTIRA. Bullshit.

A sociedade diz que temos que ser todas modelos, blogueiras fitness ou simplesmente perfeitas. 

Fui convidada por uma amiga a ser uma das damas do seu casamento. Fazia um mês que eu tinha passado por uma cesariana. Ainda estava inchada, cheia de gases circulando pelo organismo, me acostumando a produzir leite, lidando com as estrias na barriga e aprendendo tudo sobre um bebê. Eu ainda não tinha sido liberada a praticar exercícios físicos, embora mal tivesse tempo de escovar os dentes. O exercício físico que vim praticando durante toda a licença maternidade era ligado ao trabalho doméstico. E vou te dizer, menina: fazer tarefas domésticas tendo que cuidar de um recém-nascido é algo bastante intenso.

Claro que a pessoa quem fez o comentário não sabia da missa um terço. A verdade é que foi dito, com essas palavras: "Nossa, eu vi a foto. Você estava gigante!"

Bom, por onde começar?

A ciência diz que:
- O volume sanguineo aumenta até 50% durante a gravidez;
- Você ganha um novo órgão: a placenta é o único órgão temporário no corpo humano;
- Seus ossos ficam mais soltos;
- O útero cresce 20 vezes seu tamanho original e aumenta em 1000 vezes sua capacidade inicial;
- As mamas se modificam para produção de leite;
- Por causa do aumento do útero o pulmão perde espaço para se expandir, o que deixa a respiração mais rápida e curta;
- Os órgãos se reorganizam;
- Com o aumento da barriga, seu centro de gravidade fica confuso.

Entre uma série mais de outras coisas...

Claro que não são justificativas plausíveis para você ter o corpo de grávida a vida inteira. É justo, de acordo com minha ginecologista, que, se meu corpo demorou 9 meses ( ou no meu caso, 40 semanas e 4 dias) para se modificar, demore os 9 meses a um ano para voltar à sua total normalidade, isso inclui hormonal também.

Cada mulher tem um metabolismo, um corpo, uma forma de se recuperar.

Então, darlings, a lição do dia é: Cuide-se e espere. Você tem seu tempo!

Dá desespero? DEMAIS!

Mas tive meu bebê há 4 meses, já perdi os 15kg que ganhei com a gestação e perdi mais 3kg. E mesmo assim, minha barriga ainda tem uma forma estranha que me chateia muito quando me olho nua no espelho. Tem flacidez? TEM, SIM SENHOR! Tem estrias? TEM, SIM SENHOR! Mas o que posso fazer, senão esperar, cuidando da minha alimentação (até mesmo por conta da produção de leite), da mente, corpo e espírito?

Então esperarei cuidando do que posso e consigo cuidar. Sem pressa. Ao meu tempo. Afinal, tenho muito mais com o que me preocupar do que pessoas que esperam que eu tenha o corpo da Bella Falconi pra ontem. 

BEIJOS!