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terça-feira, 30 de junho de 2009

Resistir

É quando dá incrivelmente aquela vontade de sumir.

O telefone toca.
É ele novamente.
Mesmo depois de tantos anos atormentando a vida de Ana, ele não se vê contente.
“Maldito!”, pensa. Quem ele acha que é para considerar que eu posso voltar para ele novamente?
Onze horas da noite e ele tenta pela segunda vez.
“Ele não vai conseguir dessa vez”.
Ana é teimosa, forte, mas infelizmente não tem muito amor próprio. Ela atende na terceira tentativa. Ela sente o estômago retorcer de nervoso.
- Oi...
- Ana?! Meu amor, por favor, eu te imploro!
- O que você quer agora?
- Você!
- Ah! Mas que clichê! Faça-me o favor, Renato!
- Você sabe que eu não sou assim! Não quero falar sobre isso por telefone. Estou indo aí.
- Re...não...
Em incríveis dez minutos Renato chegou. Ele morava a duas quadras da casa de Ana, mas aquele dia ela notou que ele foi ao seu encontro de carro.

Mal tocou a campainha e Ana estava a postos.
Ele tinha em mãos um lindo buquê de lírios, que eram os prediletos de Ana. Com os olhos cheios de lágrimas, Renato adentra o pequeno apartamento da (ex)namorada e logo dispara:
- Eu te amo, não posso viver sem você.
- Amo...Renato, eu acho que não podemos mais continuar assim. Eu acho que não te amo mais, ainda mais depois do que aconteceu.
Renato larga as flores na mão de Ana, perambula pela sala até a varanda e olha para o céu, como se tentasse imaginar uma bela desculpa para convencê-la a ficar com ele. Depois de tantos anos, Renato sabia das fraquezas de Ana, e com certeza usaria isso contra ela. Ele era jogava baixo, era um egoísta nato, mas ela o amava, com todos os defeitos que vinha no pacote.

- Ana, fica comigo mais esta noite então...Uma despedida do nosso amor. – E fez aquela feição de cachorrinho abandonado que só ele sabia fazer. Ana era mesmo mole.
Tentando evitar a cena, ela se virou, olhou para as fotos dos dois espalhadas pelas paredes, e de repente sentiu uma pressão forte na cintura. Era ele, abraçando-a como se fosse a última vez. E era. (Era?)

A noite foi perfeita, como se eles fossem o casal mais unido e feliz do mundo. Cada um virou para um lado e dormiu, no conforto que só o amor poderia conceder.

É quando dá incrivelmente aquela vontade de sumir.

Ana foi forte e não voltou para Renato.

Mas Renato a visitava quando precisava. Quando AMBOS precisavam. Os dois eram fracos. Assim como o suposto amor que sentiam.

5 comentários :

  1. pior que nem é tao dificil desvincular-se dessa dinamica, viu. é questao de realmente querer.

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  2. Todo mundo tem uma histórinha dessas na vida...

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  3. Humpf...homens ou mulheres.

    As vezes vai além do querer...tu falou isso no teu blog jubS!

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  4. Esse texto so pode ser ficção ........não existem homens bobos desse jeito ......se existir me avisem que eu dou uma surra de toalha molhada nele........ pra aprender a ser homem .........

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  5. kkkkkkkkkkkkkk...existe sim! Quem disse que não? Eu já vi alguns...rs

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